Presidente da Comissão Europeia cobra soluções para superávit chinês e apoio a Moscou durante cúpula marcada por atritos geopolíticos.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou nesta quinta-feira o líder chinês Xi Jinping de que os laços entre a União Europeia e a China chegaram a “um ponto de inflexão”, diante de desequilíbrios comerciais e da posição de Pequim em relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia.
“À medida que nossa cooperação se aprofundava, os desequilíbrios também se aprofundavam. Chegamos a um ponto de inflexão”, disse von der Leyen a Xi, segundo comentários preparados. “Reequilibrar nossa relação bilateral não é mais opcional, é essencial”, acrescentou.
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A cúpula de um dia, realizada em Pequim, também contou com a presença do presidente do Conselho Europeu, António Costa, e ocorre em meio à pressão do bloco europeu por “soluções reais” para questões de longa data, como o superávit comercial da China com a UE e a recusa de Pequim em condenar a invasão da Ucrânia.
- Xi afirmou que as relações estão em um “momento crítico”, e pediu que as partes façam “as escolhas estratégicas certas” em meio a “um mundo turbulento e em mudança”.
- O líder chinês defendeu o aprofundamento da cooperação com Bruxelas para “proporcionar mais estabilidade e certeza ao mundo através de relações estáveis e sólidas entre a China e a UE”.
A cúpula marca 50 anos de relações entre a UE e a China, mas ocorre em um momento de crescentes tensões econômicas e geopolíticas. A UE impôs sanções a dois bancos chineses por facilitarem comércio com a Rússia, fato que foi criticado por Pequim às vésperas da visita.
- Autoridades europeias também expressaram preocupação com produtos chineses subsidiados e de baixo custo, que estariam invadindo os mercados do bloco, enquanto a estratégia de autossuficiência de Pequim reduz a demanda por produtos europeus.
Dados comerciais da China mostram que as exportações para a Europa aumentaram 7%, para US$ 267 bilhões no primeiro semestre do ano, enquanto as importações do bloco caíram 6%, para US$ 125 bilhões.
- “Para serem sustentáveis, as relações precisam ser mutuamente benéficas”, afirmou von der Leyen a Xi.
- “É vital que a China e a Europa reconheçam nossas respectivas preocupações e apresentem soluções reais.”
- Costa também pressionou Xi a usar a influência de Pequim sobre Moscou “para pôr fim à sua guerra de agressão contra a Ucrânia”.
- A China se recusa a condenar a invasão em larga escala e foi acusada de apoiar a Rússia com exportações de bens de dupla utilização, o que Pequim nega.
- “Nem sempre concordamos. No entanto, temos um interesse comum em buscar relações construtivas e estáveis”, declarou Costa.
Xi afirmou que China e UE são “importantes na comunidade internacional” e devem manter suas relações bilaterais na direção certa. As discussões continuarão com um almoço de trabalho com Xi, seguido de reunião e banquete com o primeiro-ministro Li Qiang. Von der Leyen concederá uma coletiva de imprensa ainda nesta quinta-feira.
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