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Varejo Cresce na China, Mas Produção Industrial Desacelera Com Impacto da Guerra Comercial

Dados oficiais mostram aumento nas vendas no varejo em maio, mas desaceleração na indústria e queda nas exportações para os EUA ressaltam os desafios econômicos enfrentados por Pequim em meio à tensão comercial e ao setor imobiliário fragilizado.

O crescimento das vendas no varejo da China superou as expectativas em maio, representando um “ponto positivo” em meio à desaceleração da produção industrial e à intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos, segundo dados divulgados na segunda-feira pelo Departamento Nacional de Estatísticas.

As vendas no varejo subiram 6,4% em relação a maio do ano passado, o maior avanço desde dezembro de 2023 e acima das previsões de analistas. Já a produção industrial cresceu 5,8%, desaceleração frente aos 6,1% de abril e o ritmo mais fraco do ano.

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Economistas consultados pelo Financial Times apontam que o crescimento mais lento da indústria reflete uma “demanda externa mais fraca”, em meio à intensificação das tarifas impostas pelos EUA.

  • As exportações chinesas para os Estados Unidos despencaram 34% em maio, maior queda desde o início da pandemia de Covid-19.
  • Apesar de um acordo firmado em Londres na semana passada entre Washington e Pequim para preservar a trégua comercial e reduzir tarifas de até 145%, a incerteza econômica permanece.
  • A economista Zichun Huang, da Capital Economics, avaliou que “a recente trégua da guerra comercial não foi suficiente para evitar uma perda maior de impulso econômico no mês passado”.

O setor imobiliário chinês, que atravessa seu quarto ano consecutivo de crise, também continua pressionando a economia. O investimento no setor caiu 10,7% entre janeiro e maio, comparado ao mesmo período de 2024. Os preços de casas novas em 70 das maiores cidades caíram 0,2% em maio, mais rápido do que a queda registrada em abril. Em relação ao ano anterior, os preços recuaram 4,1%.

  • Em resposta, o governo chinês anunciou cortes nas taxas de hipotecas, programas para reutilizar estoques encalhados como habitação social, e iniciativas para finalizar projetos imobiliários inacabados.
  • A saúde do setor imobiliário é vista como um indicador central da confiança doméstica.
  • Além disso, os preços ao consumidor caíram 0,1% em maio, marcando o quarto mês seguido de deflação, o que acende novos alertas sobre a fragilidade da demanda interna.

O banco Goldman Sachs observou que o crescimento do varejo pode ter sido impulsionado por um festival de compras online antecipado, o que “puxou alguma demanda de junho para maio”.

  • Analistas da instituição preveem novas medidas de estímulo na segunda metade do ano, diante da persistente fraqueza no setor imobiliário, pressões no mercado de trabalho e da insustentabilidade das exportações antecipadas como estratégia de crescimento.

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