A União Europeia anunciou nesta quarta-feira contramedidas significativas contra as recentes tarifas de metais impostas pelos Estados Unidos, planejando a aplicação de taxas sobre €26 bilhões (US$ 28,3 bilhões) em produtos americanos.
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A decisão foi divulgada poucas horas após o governo norte-americano impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, marcando uma nova escalada na guerra comercial entre os tradicionais aliados.
- De acordo com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, as medidas são uma resposta “forte, mas proporcional” às ações dos EUA. “Acreditamos firmemente que, em um mundo repleto de incertezas geoeconômicas e políticas, não é do nosso interesse comum sobrecarregar nossas economias com tais tarifas”, afirmou em entrevista coletiva realizada em Estrasburgo.
As novas tarifas serão implementadas após consultas imediatas com os Estados-membros, com a previsão de adoção das taxas até meados de abril.
- Os produtos visados incluem aço, alumínio, têxteis, produtos agrícolas e eletrodomésticos.
- Além disso, itens associados a disputas comerciais anteriores, como barcos, bourbon e motocicletas, também estão na lista.
Durante o primeiro mandato de Donald Trump, em 2018, os EUA impuseram tarifas similares sobre quase US$ 7 bilhões em exportações de metais da UE, alegando preocupações com a segurança nacional.
- Em resposta, a UE retaliou com tarifas sobre produtos politicamente sensíveis, como motocicletas Harley-Davidson e jeans Levi Strauss.
- Agora, as tarifas devem ser reintroduzidas integralmente, incluindo algumas que nunca chegaram a entrar em vigor.
O chefe de comércio da UE, Maros Sefcovic, viajou recentemente a Washington para buscar uma solução amigável.
- Durante as negociações, ele propôs a redução de tarifas sobre bens industriais e o aumento das importações europeias de gás natural liquefeito e bens de defesa dos EUA.
- “Estamos prontos para negociar e evitar a interrupção causada pelas tarifas, se a administração dos EUA aceitar nossa mão estendida”, declarou Sefcovic.
O receio permanece no setor industrial europeu.
- O mercado de aço, já saturado com importações baratas da Ásia, Norte da África e Oriente Médio, pode ser ainda mais afetado pelo redirecionamento de produtos originalmente destinados aos EUA.
- “Podemos esperar que o mercado da UE seja ainda mais inundado, agravando o desafio enfrentado pelos produtores europeus”, alertou um porta-voz da Eurofer, grupo de lobby da indústria de aço.
Já no setor de alumínio, o temor é de um aumento nas importações, especialmente do Canadá, principal fornecedor dos EUA.
- As expectativas são de um impacto significativo nas exportações europeias, com redução no acesso ao mercado americano e potencial sobrecarga no mercado interno.
- A retomada das tarifas suspensas sobre cerca de US$ 8 bilhões em produtos dos EUA está prevista para o final de março, marcando um novo capítulo nas tensões comerciais transatlânticas.
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