UE Prevê Extensão de Negociações Comerciais Com EUA Além do Prazo de Julho Imposto Por Trump

Apesar do ritmo acelerado nas últimas semanas, autoridades da União Europeia acreditam que as negociações comerciais com os Estados Unidos não serão concluídas até 9 de julho, prazo estabelecido pelo presidente Donald Trump antes da aplicação de tarifas adicionais.

A União Europeia avalia que as negociações comerciais com os Estados Unidos podem se estender além do prazo de 9 de julho, estabelecido pelo presidente Donald Trump, mesmo com a aceleração nas tratativas nas últimas semanas, segundo pessoas com conhecimento direto do assunto.

De acordo com essas fontes, a UE considera que o melhor cenário possível seria um acordo preliminar até o prazo, permitindo negociações adicionais para definir os detalhes. Os Estados Unidos devem responder nos próximos dias à última rodada de conversas e esclarecer os próximos passos.

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Os parceiros transatlânticos estão correndo para evitar a aplicação de tarifas de 50% por Washington a quase todas as exportações europeias, medida prevista para entrar em vigor em julho e que provocaria retaliações imediatas.

• A UE estima que as tarifas de Trump já afetam € 380 bilhões (US$ 434 bilhões) — aproximadamente 70% de suas exportações para os EUA.
• O chefe comercial da UE, Maros Sefcovic, tem mantido contato constante com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e com o representante comercial Jamieson Greer, desde que as partes concordaram em acelerar as negociações há duas semanas.
• A Comissão Europeia, responsável pela política comercial do bloco, informou os Estados-membros sobre o andamento das negociações no início da semana.

Segundo fontes da Bloomberg, as negociações atuais envolvem discussões aprofundadas sobre setores críticos como aço, alumínio, automóveis, produtos farmacêuticos, semicondutores e aeronaves civis, além de barreiras tarifárias e não tarifárias. Embora o clima seja descrito como positivo, os negociadores alertam que os avanços continuam difíceis.

• A UE acredita que os EUA buscam concessões unilaterais, o que tornaria qualquer acordo assimétrico e benéfico principalmente a Washington.
• Como resultado, o bloco europeu está intensificando os preparativos para contramedidas, que podem incluir ações além das tarifas tradicionais.
• A Comissão Europeia consultará os Estados-membros para identificar áreas estratégicas em que os EUA dependem da UE, com o objetivo de preparar retaliações proporcionais.

Nas propostas enviadas aos EUA no mês passado, a UE se ofereceu para trabalhar gradualmente rumo a tarifas zero sobre automóveis, produtos industriais e agrícolas não sensíveis, utilizando cotas como medidas transitórias. Essas negociações ganharam impulso recente, segundo as fontes da Bloomberg.

• Os setores em foco já foram afetados por tarifas americanas ou são alvos de futuras medidas.
• A UE também propôs aprofundar a cooperação com os EUA nesses setores, bem como em temas de segurança econômica.
• Bruxelas acredita que seus esforços para simplificar regulamentos internos podem aliviar parte das preocupações dos EUA sobre barreiras não tarifárias.
• No entanto, qualquer exigência que afete a autonomia da UE em questões regulatórias e fiscais é vista como linha vermelha, segundo as fontes.

Paralelamente às negociações, a UE continua preparando respostas caso o diálogo fracasse. O bloco já aprovou tarifas sobre € 21 bilhões em produtos americanos, que podem ser ativadas rapidamente.

• Essas tarifas atingem estados politicamente sensíveis dos EUA, como a soja da Louisiana, reduto do presidente da Câmara, Mike Johnson, além de produtos agrícolas, aves e motocicletas.
• Outra lista de tarifas, sobre € 95 bilhões em produtos americanos, está sendo preparada, em resposta aos chamados impostos “recíprocos” e tarifas automotivas de Trump.
• Essa medida atingiria produtos industriais, como aeronaves da Boeing Co., carros fabricados nos EUA e bourbon.

Por outro lado, autoridades da UE veem uma oportunidade de cooperação em minerais essenciais, tema que também pode ser tratado na cúpula do G7 neste mês, no Canadá, segundo as fontes da Bloomberg. As negociações bilaterais sobre esse tema já estão em andamento.

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