Comissão Europeia avalia medidas para proteger a indústria do bloco e evitar impactos econômicos.
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A União Europeia (UE) anunciou que abrirá uma investigação sobre importações de alumínio, visando conter um aumento esperado de produtos redirecionados devido às tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A Comissão Europeia formalizará a iniciativa na quarta-feira, em resposta à crescente preocupação com a concorrência desleal e os impactos no setor industrial europeu.
- A medida faz parte de um esforço mais amplo para proteger a indústria siderúrgica do bloco, que já enfrenta desafios devido à demanda fraca, altos custos de energia e importações baratas, especialmente da Rússia e de outros mercados emergentes.
- A UE também buscará fechar brechas em seu regime tarifário sobre importações de aço.
Reação às Tarifas dos EUA e Medidas de Proteção
Na semana passada, Trump impôs tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, levando a UE a prometer retaliação com tarifas sobre até € 26 bilhões em produtos americanos.
- Segundo um documento visto pelo Financial Times, as novas tarifas dos EUA provavelmente agravarão a situação do setor de alumínio na Europa, elevando a ameaça de desvio de comércio.
- Os principais fornecedores de alumínio para a UE incluem Emirados Árabes Unidos, Rússia e Índia, além de Noruega e Islândia, que podem ser isentas por fazerem parte da Área Econômica Europeia.
- Desde a invasão da Ucrânia, a participação da Rússia nas importações da UE caiu para 6% em 2023, e o bloco planeja eliminar completamente o alumínio russo até 2026.
Medidas Regulatórias e Impacto Econômico
Diferentemente dos EUA, que justificaram suas tarifas com base em segurança nacional, a UE usará regras tradicionais de defesa comercial da Organização Mundial do Comércio (OMC). Entre as medidas analisadas, está a possibilidade de implementar cotas de importação semelhantes às impostas ao aço desde 2018, com tarifas de 25% sobre volumes que ultrapassem o limite estabelecido.
- A Comissão Europeia também pretende garantir proteção à indústria siderúrgica após junho de 2026, quando expiram as medidas de salvaguarda atuais.
- A produção de aço do bloco em 2023 atingiu seu menor nível histórico, com exceção dos anos de pandemia, e a UE teme se tornar o principal destino de excedentes globais, especialmente devido a restrições comerciais impostas pelos EUA contra o aço chinês.
Novas Regras e Sustentabilidade
Para evitar que a China utilize terceiros países para burlar as tarifas, a Comissão planeja introduzir a regra “derretido e vazado”, garantindo que o metal produzido em países sujeitos a tarifas não seja processado em outros locais para evitar as taxas.
- Além disso, há discussões sobre a imposição de restrições recíprocas a países que dificultam a exportação de sucata para a UE.
- O plano também contempla maior proteção sob o imposto de fronteira de carbono, o Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM), que entrará em vigor no próximo ano.
- O CBAM imporá uma taxa ao carbono embutido na produção de aço, alumínio e outros produtos industriais para equilibrar a competitividade dos fabricantes europeus, que já pagam por suas emissões.
Apoio à Indústria e Desafios Futuros
Diante da necessidade de descarbonização, a Comissão Europeia pretende estimular investimentos em tecnologias como altos-fornos movidos a hidrogênio, essenciais para reduzir as emissões do setor siderúrgico.
- No entanto, o setor argumenta que será necessário um investimento de € 14 bilhões anuais até 2030 para viabilizar essas mudanças, e muitos desses projetos não seriam economicamente sustentáveis no ambiente atual.
- Para apoiar a indústria, a Comissão propõe reduzir impostos sobre energia para empresas de grande porte e ampliar subsídios para tecnologias sustentáveis.
- Além disso, pretende incentivar consumidores a adquirirem aço verde, mesmo sendo mais caro que as alternativas convencionais, por meio da reformulação das regras de compras públicas.
Próximos Passos
A Comissão Europeia deverá anunciar formalmente o Plano de Ação para Metais em breve, indicando ações prioritárias e estratégias de longo prazo para substituir as medidas de defesa comercial que expiram em 2026.
- A proposta ainda pode sofrer ajustes antes de sua publicação final, mas reflete o esforço da UE para fortalecer sua indústria em um cenário de crescente protecionismo global.
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