...

Trump Intensifica Pressão Sobre o Fed Para Cortar Juros e Reduzir Custo da Dívida dos EUA

Presidente defende cortes agressivos para aliviar pagamentos de juros, mas economistas alertam para riscos de inflação e perda de credibilidade do banco central.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, renovou nesta semana seus apelos por cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, argumentando que a medida é necessária para conter o crescente custo da dívida federal, que já supera os gastos com defesa do país.

Em declarações recentes na Casa Branca, Trump afirmou: “Gostaria que esse cara baixasse as taxas de juros, porque se ele não fizer isso, teremos que pagar” — referindo-se ao presidente do Fed, Jerome Powell. Segundo o presidente, uma redução de 2 pontos percentuais nas taxas poderia gerar uma economia de US$ 600 bilhões por ano em pagamentos de juros.

Dados divulgados pelo Tesouro americano na semana passada mostraram que o governo já desembolsou US$ 776 bilhões com juros da dívida nos últimos oito meses, um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O crescimento reflete o acúmulo de dívidas após pacotes de estímulo durante a pandemia e as políticas fiscais expansionistas adotadas nas últimas décadas.

Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt

A equipe econômica de Trump aponta ainda que mais de US$ 7 trilhões em dívida americana vencerão até o final de 2025, o que obrigará o governo a refinanciar a um custo consideravelmente maior do que as taxas originalmente contratadas.

  • “No curto prazo, cortar as taxas de juros quase certamente faria uma diferença significativa na redução da carga de juros do governo americano”, avaliou David Seif, economista-chefe de mercados desenvolvidos da Nomura Holdings.
  • No entanto, ele pondera que esses benefícios “poderiam facilmente ter vida curta” caso as expectativas de inflação subam e, por consequência, elevem novamente os rendimentos dos títulos.

Economistas alertam que os argumentos fiscais de Trump conflitam com o mandato legal do Federal Reserve, que, por lei, deve focar exclusivamente na estabilidade de preços e no pleno emprego, e não na gestão das finanças públicas. “A situação fiscal não é uma obrigação do Fed”, afirmou Stephanie Roth, economista-chefe da Wolfe Research.

  • “Eles só devem cortar os juros se a economia estiver enfraquecendo ou se acharem que os juros estão altos em relação à sua estimativa de neutralidade — não para socorrer a situação fiscal.”
  • O temor entre analistas é que cortes nas taxas não justificados por fundamentos econômicos alimentem novas pressões inflacionárias.
  • “A menos que seja justificado pelas condições macroeconômicas, a redução das taxas de juros geraria uma inflação mais alta e, em última análise, taxas de juros nominais mais altas”, alertou Michael Feroli, economista-chefe do JPMorgan Chase & Co.
  • Em um cenário mais adverso, segundo Feroli, a necessidade de controlar uma nova rodada de alta de preços poderia exigir uma recessão dolorosa, agravando ainda mais a situação fiscal com queda na arrecadação tributária.

  • Apesar dos alertas, Trump intensifica o debate no momento em que republicanos no Congresso discutem um novo pacote de cortes de impostos, o que aumentaria ainda mais as necessidades futuras de financiamento da dívida.
  • Para a Casa Branca, no entanto, a plataforma de cortes tributários, desregulamentação e expansão do setor energético já estaria “colocando os EUA em um caminho fiscal mais sustentável”, segundo um alto funcionário informou à Bloomberg.

Enquanto o debate avança, o Federal Reserve segue firme em sua postura de aguardar dados adicionais antes de revisar sua política monetária, mantendo as taxas inalteradas nas últimas reuniões diante de um cenário ainda incerto de inflação e riscos geopolíticos.

Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt

Mercado

Moedas

Economia