Shigeru Ishiba e Donald Trump se reuniram à margem da cúpula do G7, no Canadá, mas não chegaram a um acordo sobre tarifas que ameaçam a economia japonesa e pressionam o governo em Tóquio.
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concordaram em prosseguir com as negociações comerciais, mas não conseguiram alcançar um avanço significativo em relação às tarifas impostas por Washington, que continuam ameaçando setores estratégicos da economia japonesa.
O encontro ocorreu na segunda-feira, à margem da cúpula do G7, realizada no resort Kananaskis Mountain, nas Montanhas Rochosas canadenses, e durou cerca de 30 minutos. Esta foi a segunda reunião presencial entre os dois líderes.
“Temos explorado a possibilidade de um acordo até o último momento, mas ainda há pontos em que nossas opiniões permanecem divididas”, declarou Ishiba a repórteres, recusando-se a detalhar quais são os pontos de desacordo entre os dois países.
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Ishiba pressiona por uma eliminação da tarifa de 25% sobre automóveis japoneses e de uma tarifa recíproca de 24% sobre outras importações do Japão, ambas atualmente suspensas até 9 de julho. “Os automóveis são um grande interesse nacional. Continuaremos a fazer tudo o que pudermos para proteger esses interesses”, afirmou o premiê japonês.
- Segundo estimativas do Centro de Comércio Internacional das Nações Unidas, essas tarifas podem reduzir em até US$ 17 bilhões as exportações japonesas de veículos.
- Montadoras como Toyota, Nissan e Mazda — especialmente as menores e mais vulneráveis a medidas tarifárias — representam cerca de um quinto das exportações totais do Japão.
- Alguns economistas alertam que o impacto pode representar uma perda de até 1 ponto percentual do PIB japonês.
A reunião entre Trump e Ishiba foi precedida por seis rodadas de negociações técnicas, conduzidas pelo negociador japonês Ryosei Akazawa e pelos secretários americanos de Comércio, Howard Lutnick, e do Tesouro, Scott Bessent. A mais recente ocorreu na semana passada, pouco antes da viagem de Ishiba ao Canadá.
- A pressão política também pesa sobre o líder japonês, que deve retornar a Tóquio nesta terça-feira.
- Com as eleições para a câmara alta se aproximando no próximo mês, um fracasso nas negociações pode enfraquecer ainda mais sua liderança, já abalada pela perda da maioria na câmara baixa em outubro.
- Outro revés eleitoral pode até derrubar seu governo.
Apesar da falta de progresso, uma nova oportunidade de diálogo está prevista para o fim do mês, quando Trump e Ishiba devem se encontrar novamente durante a cúpula da OTAN, que ocorre nos dias 24 e 25 de junho em Haia.
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