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Trump Chega aos 100 Dias Com Economia em Desaceleração e Confiança Abalada

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encerra os primeiros 100 dias de seu segundo mandato com uma economia fragilizada, mercados pressionados e queda na confiança do consumidor, apesar de promessas de crescimento robusto, domínio industrial e controle da inflação, segundo matéria da Bloomberg.

Dados divulgados nesta semana mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,3% no primeiro trimestre de 2025 — a primeira contração em três anos — puxado por uma disparada nas importações antes da imposição de tarifas comerciais em massa. Enquanto indicadores como o emprego e a inflação mostraram sinais positivos no curto prazo, o pano de fundo da economia americana é de incerteza crescente, com empresários adiando investimentos, consumidores antecipando compras por medo de preços mais altos e aliados questionando a previsibilidade da política comercial de Trump. O cenário reflete o impacto de uma guerra tarifária ampliada e errática, que tornou os primeiros meses do novo governo os mais voláteis para os mercados desde a década de 1970.

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Economia encolhe, confiança cai

Trump declarou que teve “o melhor início de presidência da história”, mas os números não confirmam. O recuo do PIB foi provocado por um aumento de 41% nas importações no trimestre, com empresas americanas correndo para evitar tarifas impostas pelo governo.

  • O déficit comercial atingiu novo recorde, e as pesquisas de confiança entre consumidores e investidores despencaram — em contraste com dados “concretos” como os 456 mil empregos criados no período e uma inflação em desaceleração inicial.
  • Apesar do bom desempenho do mercado de trabalho, as expectativas para o desemprego futuro subiram ao maior nível desde 2009.
  • E embora a inflação pareça ter dado uma trégua nos preços de energia e veículos usados, as expectativas para os próximos meses dispararam.
  • Os gastos do consumidor aumentaram no início do ano, mas analistas apontam que parte desse crescimento se deu por compras antecipadas devido à guerra comercial.

Tarifas geram incerteza

A política comercial de Trump — centrada em tarifas protecionistas e promessas de reindustrialização — causou impacto imediato e turbulento. Após anunciar tarifas de 25% sobre dezenas de bilhões de dólares em importações, Trump recuou em parte das medidas, mas deixou o mercado sem clareza sobre a direção futura.

  • O índice de incerteza comercial global da Bloomberg atingiu o maior patamar já registrado, superando os níveis do primeiro mandato.
  • No setor industrial, a produção de equipamentos cresceu no ritmo mais forte desde 1978 (excluindo a pandemia), com destaque para a fabricação de aeronaves.
  • Porém, muitos investimentos seguem congelados diante da insegurança tributária e comercial.
  • Pequenas empresas, antes animadas com promessas de desregulamentação e cortes de impostos, agora se mostram cautelosas, especialmente diante dos impactos desproporcionais das tarifas sobre suas cadeias de suprimento.

Mercados, imigração e dólar sob pressão

A volatilidade atingiu os mercados financeiros com força. O S&P 500 acumula queda de quase 8% desde a posse, e o dólar teve sua pior performance cambial em início de presidência desde os anos 1980. A taxa do título de 10 anos do Tesouro chegou a 4,6% após o anúncio de tarifas em abril, refletindo a crescente desconfiança global.

  • Desde então, os rendimentos recuaram, mas permanecem voláteis.
  • No front da imigração, Trump implementou a maior deportação em massa da história dos EUA.
  • Embora tenha conseguido reduzir drasticamente as travessias ilegais, especialistas alertam que a medida pode agravar a escassez de mão de obra, afetando a produtividade e a expansão econômica, especialmente em setores dependentes de trabalhadores migrantes.

Aprovação em queda e risco de recessão

Pesquisas mostram que a aprovação de Trump está em queda acentuada. A confiança do consumidor na gestão econômica caiu ao menor nível já registrado, inclusive entre republicanos e independentes.

  • A maioria dos entrevistados desaprova as ações dos primeiros 100 dias, incluindo o aumento de tarifas, os cortes em agências federais e o fim de políticas de diversidade.
  • A última pesquisa da Bloomberg com economistas mostrou uma revisão para baixo nas projeções de crescimento dos EUA em 2025, com o risco de recessão subindo para 45% — ante 30% em março.

Apesar das promessas de que as tarifas impulsionariam a economia doméstica e corrigiriam distorções comerciais históricas, os primeiros meses do segundo mandato de Trump trouxeram mais instabilidade do que clareza para os rumos da maior economia do mundo.

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