Exportações brasileiras de produtos químicos para os Estados Unidos sofrem impacto imediato após ameaça de tarifa de 50% por parte do governo Trump.
As exportações brasileiras de produtos químicos, que somaram US$ 2,4 bilhões aos Estados Unidos no ano passado, começaram a ser impactadas por cancelamentos de contratos desde que o presidente Donald Trump anunciou a intenção de impor uma tarifa de 50% sobre os produtos químicos vindos do Brasil a partir de 1º de agosto.
Segundo André Cordeiro, chefe da associação brasileira da indústria química, Abiquim, os pedidos de exportação começaram a ser cancelados principalmente para resinas e compostos utilizados na fabricação de fertilizantes, fornecidos pelo Brasil ao setor agrícola americano.
- “Fundamentalmente, essas decisões estão sendo tomadas porque a aposta é que ele realmente aplicará a tarifa”, afirmou Cordeiro na sexta-feira.
- De acordo com o dirigente, uma empresa brasileira teve todos os seus contratos de exportação para os Estados Unidos cancelados, enquanto outras sofreram cancelamentos parciais.
- Há ainda casos em que vendedores haviam garantido financiamento de exportação, mas os créditos foram revogados após o anúncio das tarifas.
- Cordeiro não revelou os nomes das empresas afetadas.
Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt
Ele ressaltou que os impactos vão além das exportações diretas, uma vez que quase todos os setores industriais utilizam produtos químicos em seus processos, de petróleo a aço, de máquinas à agricultura.
- “Ninguém produz café, nem mesmo grãos, sem algum tipo de produto químico no processo”, afirmou.
- Além da perda de contratos internacionais, empresas químicas estão perdendo vendas no mercado interno para clientes que exportam aos Estados Unidos.
- Como exemplo, Cordeiro citou exportadores de compensado, que utilizam produtos químicos na colagem e já enfrentam cancelamentos de pedidos americanos.
- Fabricantes de suco de laranja, que destinaram 42% de suas exportações aos EUA no ano passado, também são afetados devido ao uso de conservantes químicos.
Entre as companhias brasileiras com presença direta nos Estados Unidos, a Braskem é uma das potenciais atingidas. A Dow Química , com 10 fábricas no Brasil e exportações de silício metálico para processamento nos EUA, também está sob risco.
- Ambas as empresas não comentaram imediatamente o assunto.
- A Exxon Mobil, que atua no Brasil atendendo diversos setores, também se recusou a comentar.
- A Abiquim classificou as tarifas como injustificadas, argumentando que o setor químico brasileiro mantém um déficit comercial de US$ 7,9 bilhões com os EUA.
Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt