Montadoras e governos ao redor do mundo expressam crescente preocupação com a decisão da China de restringir a exportação de minerais e ímãs de terras raras, medida que ameaça cadeias de produção industriais críticas em meio à guerra comercial com os EUA.
O alarme global sobre a dependência de minerais essenciais da China cresceu na terça-feira, após montadoras da Alemanha se unirem a fabricantes da Índia e dos EUA para alertar sobre o risco de atrasos e interrupções na produção devido às restrições chinesas à exportação de ligas de terras raras, misturas e ímãs. A decisão de Pequim, tomada em abril, de suspender as exportações desses materiais estratégicos afetou setores como automotivo, aeroespacial, semicondutores e defesa, evidenciando o domínio chinês sobre cadeias de suprimentos críticas e o uso dessa vantagem como alavanca na disputa comercial com os Estados Unidos. O presidente Donald Trump tem adotado uma abordagem agressiva para redefinir a relação comercial com a China, impondo tarifas de até 145% sobre produtos chineses. Após forte reação dos mercados, parte dessas tarifas foi revertida. A China respondeu com suas próprias medidas retaliatórias, incluindo as restrições a minerais essenciais.
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Autoridades norte-americanas e executivos do setor industrial agora apontam que a suspensão das exportações chinesas pode ter efeitos significativos e duradouros. Os embarques de ímãs usados na produção de automóveis, drones, robôs e sistemas militares foram paralisados em diversos portos chineses, enquanto o governo revisa seu sistema regulatório, que pode excluir permanentemente certos compradores, incluindo contratantes militares dos EUA.
- “Se a situação não mudar rapidamente, atrasos na produção e até mesmo interrupções na produção não poderão mais ser descartados”, disse Hildegard Mueller, presidente da associação da indústria automotiva alemã, à Reuters.
- Frank Fannon, ex-secretário assistente de Estado dos EUA para recursos energéticos, alertou que os EUA estão atrasados em expandir sua própria capacidade de produção mineral.
- “Temos um desafio de produção e precisamos alavancar nossa abordagem de todo o governo para garantir recursos e aumentar a capacidade doméstica o mais rápido possível. O prazo para isso era ontem”, afirmou.
A ansiedade se espalhou por capitais e salas de reunião de Tóquio a Washington. Delegações empresariais e diplomáticas da Índia, Japão e Europa estão pressionando por reuniões com autoridades chinesas para buscar autorizações rápidas para a exportação dos ímãs.
- Segundo fontes da Reuters, diplomatas europeus já solicitaram encontros “de emergência” com o Ministério do Comércio da China.
- No Japão, uma missão empresarial está programada para visitar Pequim no início de junho.
- A Índia também planeja enviar executivos automotivos à China nas próximas semanas, após alerta da fabricante Bajaj Auto de que atrasos no fornecimento de ímãs poderiam prejudicar seriamente a produção de veículos elétricos.
Nos Estados Unidos, a Alliance for Automotive Innovation — que representa empresas como General Motors, Toyota, Volkswagen e Hyundai — enviou em maio uma carta ao governo Trump expressando preocupação com o impacto das restrições chinesas.
- “Sem acesso confiável a esses elementos e ímãs, os fornecedores automotivos não conseguirão produzir componentes automotivos essenciais”, diz o documento, listando peças como transmissões, motores, sensores, câmeras, luzes, cintos de segurança e direção hidráulica.
O encontro previsto entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping ainda nesta semana deverá ter as restrições às exportações como um dos principais temas da pauta. Enquanto isso, o temor de paralisações em linhas de montagem cresce, com possíveis consequências econômicas relevantes no curto prazo.
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