Presidente autoriza retomada parcial das vendas de IA e avalia flexibilizar controles em troca de concessões tecnológicas e comerciais.
O presidente Donald Trump deu um passo significativo para reverter a política de contenção tecnológica à China ao permitir que a Nvidia retome as vendas de seu acelerador de inteligência artificial H20, menos avançado e direcionado ao mercado chinês.
A decisão, estendida também à AMD, marca uma ruptura com a estratégia do governo Biden, que via os controles de exportação como um “ativo estratégico” para manter vantagem tecnológica sobre Pequim.
“Queremos que os desenvolvedores chineses fiquem viciados em nossa tecnologia”, disse o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, ao justificar a medida. “Mas não venderemos nosso melhor produto.” Lutnick afirmou que o objetivo é manter os Estados Unidos “um passo à frente do que eles podem construir para que continuem comprando nossos chips.”
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O gesto ocorre em meio a negociações para um possível acordo econômico abrangente com a China, que pode incluir flexibilização tarifária, exportações de equipamentos para semicondutores, acesso a terras raras, tecnologia de baterias e chips de IA.
- A mudança na abordagem de Trump, mais transacional e menos centrada em segurança nacional, contrasta com o estilo adotado por Biden.
- “O aparente afrouxamento do controle de exportação dos chips H20 pode ser um sinal do que está por vir”, disse Kevin Xu, da Interconnected Capital.
- Analistas apontam que acordos parciais ou um grande pacto comercial podem ser firmados antes de uma possível reunião entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, durante a cúpula da APEC no final de outubro, na Coreia do Sul.
Trump também sinalizou abertura a investimentos chineses nos Estados Unidos, mencionando que montadoras chinesas poderiam construir fábricas no país.
- “Ele não tem uma fixação ideológica pela necessidade de ter controles em todos os lugares”, avaliou Dominic Chiu, do Eurasia Group.
- O ambiente diplomático tem sido alimentado por gestos recentes de aproximação, incluindo encontros entre Marco Rubio e Wang Yi, e negociações conduzidas pelo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, com expectativa de extensão do prazo para reversão de tarifas além de 12 de agosto.
Washington espera, em troca, compras chinesas em larga escala de produtos americanos, ações contra o fentanil e garantias sobre o uso de minerais estratégicos, como terras raras.
- Pequim, por sua vez, pressiona por revogação total das tarifas, relaxamento de restrições de investimento e concessões nos controles de exportação, considerados obstáculos ao seu avanço tecnológico.
- “Ele se preocupa com comércio, déficits, investimentos nos Estados Unidos e com o relacionamento com a China”, afirmou Kurt Tong, ex-cônsul-geral dos EUA em Hong Kong.
- Para Gerard DiPippo, do RAND China Research Center, “se há um presidente que pode aceitar isso, é Trump.”
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