Deutsche Bank, BNP Paribas e UniCredit destacam impacto cambial e postura cautelosa do mercado em meio às negociações comerciais entre União Europeia e Washington.
Alguns dos maiores bancos da Europa destacaram nesta semana os efeitos da valorização do euro e o impacto das tarifas dos Estados Unidos como fatores decisivos no cenário de investimentos do segundo trimestre.
O Deutsche Bank, maior banco da Alemanha, registrou lucro acima do esperado, mas apontou o câmbio como fator chave. Em entrevista à CNBC, o CFO James von Moltke afirmou que a valorização do euro é “o grande fator que está fluindo em nossos números”, refletindo-se nos resultados mistos da divisão de banco de investimento da instituição.
- Von Moltke observou que as tarifas dos EUA podem resultar em ventos contrários para os exportadores europeus, com impactos distintos conforme o tipo de empresa.
- “As tarifas dos EUA poderiam se traduzir em um aumento relativamente acentuado nas conversões de moeda”, comentou, acrescentando que os efeitos são “muito variados” de acordo com o setor.
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No BNP Paribas, maior banco da Europa continental em ativos, a unidade de renda fixa, moedas e commodities cresceu 26,8% no ano, mesmo em um ambiente desafiador. O CFO Lars Machenil disse que a força do euro impactou a receita obtida fora da Europa.
- “Toda a renda gerada fora da Europa foi um pouco impactada por isso”, declarou.
- O banco alertou que a depreciação do dólar frente ao euro — que subiu 13,46% no ano, segundo o LSEG — afeta as conversões cambiais de lucros obtidos em território americano.
- Machenil, descreveu o momento como de “esperar para ver”, com os clientes atentos às oportunidades.
- “Não é que estejam todos retraindo e dizendo que vamos parar de financiar. É um pouco esperar para ver, esperar para ver onde estão as oportunidades”, afirmou.
As negociações comerciais entre União Europeia e Estados Unidos seguem em curso, com o prazo de 1º de agosto se aproximando, quando poderá entrar em vigor uma tarifa de 30% sobre exportações europeias aos EUA, conforme ameaça feita pelo presidente Donald Trump.
- Enquanto o Federal Reserve manteve as taxas de juros em junho, o Banco Central Europeu também deixou sua política monetária inalterada, sustentando ambas as moedas.
No UniCredit, segundo maior banco da Itália, o lucro líquido do segundo trimestre cresceu 25% em relação ao mesmo período do ano anterior.
- A instituição citou a volatilidade macroeconômica e preocupações com tarifas como fatores que deslocaram a atividade para negociações no período.
A temporada de balanços europeia segue com expectativa pela divulgação dos resultados de Barclays e UBS na próxima semana. Enquanto isso, o Reino Unido tenta finalizar um acordo comercial com os Estados Unidos, assim como outros países europeus que buscam evitar os impactos das medidas tarifárias.
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