A organização também corta estimativas de crescimento econômico global e aponta aumento de incerteza com guerra comercial.
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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu na segunda-feira sua projeção de crescimento da demanda global por petróleo para 2025, marcando a primeira revisão negativa desde dezembro do ano passado. A decisão reflete o impacto de dados mais fracos no primeiro trimestre e o aumento das incertezas com a imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, que reacenderam os temores de desaceleração econômica. De acordo com o relatório mensal da entidade, a demanda mundial por petróleo deve crescer 1,30 milhão de barris por dia (bpd) em 2025 e 1,28 milhão de bpd em 2026 — ambas as previsões são 150 mil bpd menores do que as feitas no mês passado. O corte vem em meio a um cenário pressionado pelas recentes tarifas comerciais impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump e por planos da Opep+ (grupo que inclui os membros da Opep e aliados como a Rússia) de ampliar a produção a partir de abril. Esses fatores ajudaram a derrubar os preços do petróleo em mais de 10% neste mês, mesmo após os EUA anunciarem isenções tarifárias para alguns produtos eletrônicos.
Economia mundial sob pressão
Além da demanda por petróleo, a Opep também revisou para baixo suas projeções para o crescimento da economia global. A expectativa para 2024 caiu de 3,1% para 3,0%, enquanto a de 2025 recuou de 3,2% para 3,1%.
“A economia global mostrou uma tendência de crescimento constante no início do ano, no entanto, as dinâmicas comerciais recentes introduziram maior incerteza nas perspectivas de curto prazo”, destacou o relatório.
Embora a Opep mantenha a perspectiva de crescimento contínuo no consumo de petróleo nos próximos anos, outras instituições discordam.
- A Agência Internacional de Energia (AIE), por exemplo, projeta que a demanda global atingirá o pico ainda nesta década, com a transição energética e o avanço de combustíveis mais limpos.
- A AIE deve divulgar suas atualizações nesta terça-feira (16).
Produção do Cazaquistão desrespeita limites
O relatório também revelou que a produção conjunta da Opep+ recuou 37 mil bpd em março, para 41,02 milhões de bpd, refletindo cortes na Nigéria e no Iraque. No entanto, o grupo planeja aumentar a produção em abril e maio, revertendo parte dos cortes anteriores adotados para sustentar os preços.
- Apesar disso, o Cazaquistão voltou a exceder sua meta de produção, aumentando sua oferta em 37 mil bpd em março, para 1,852 milhão de bpd, muito acima da cota de 1,468 milhão de bpd estabelecida pela Opep+.
- O Ministério da Energia do país reconheceu o excesso de produção e afirmou que compensará parcialmente os volumes excedentes em abril.
- Segundo fonte ouvida pela Reuters, a produção nas duas primeiras semanas de abril caiu em relação à média de março, mas ainda segue acima do limite acordado com o grupo.
A reincidência do Cazaquistão em ultrapassar suas metas de produção adiciona outro fator de instabilidade à equação do mercado global de petróleo, já pressionado por tensões geopolíticas, tarifas comerciais e revisões pessimistas para o crescimento econômico.
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