O relatório de perfil de investidores divulgado pela B3 mostrou que o número de mulheres com contas ativas na bolsa chegou, pela primeira vez, à marca de 1 milhão. Ao fim de abril de 2021, conforme o relatório, foram registrados 1.007.982 CPFs.
O número corresponde a um crescimento de 19% em relação ao fim de 2020. Até dezembro do ano passado eram 847.269 CPFs femininos.
A participação feminina em relação ao total de atuantes na B3 é de 27,3%. Apesar de ser um percentual pequeno, ele vem mostrando um potencial de aumento. Em 2020, os CPFs femininos correspondiam a 26,24%, em 2019, 23,11% e em 2018, 22,06%.
Conforme a professora da Youtrading Luana Schneider, o aumento do número de mulheres na Bolsa de Valores é uma continuidade de um movimento que já é recorrente em muitos outros setores. “A mulher está ganhando espaço no mercado de trabalho, em atuações e postos que antigamente eram tidos unicamente como masculinos”, observa.
Para ela, os movimentos de empoderamento feminino, busca de igualdade de direitos e a facilidade de acesso à informação (ampliação das mídias sociais e internet) trouxeram à tona a necessidade da mulher cuidar do seu dinheiro. “O mercado financeiro foi um dos últimos ambientes a ter esse movimento de entrada de mulheres, um ambiente que costumava ser completamente masculino, tanto que a gente ainda vê um percentual muito maior de homens. Mas as mulheres estão chegando cada vez mais com essa necessidade de cuidar do seu dinheiro, de entender a importância que é cuidar e investir bem, de estarem nesse comando”.
Luana comenta ainda sobre o perfil favorável que as mulheres têm para atuar no mercado financeiro. “Elas têm um perfil muito bacana para se dar bem no mercado financeiro. As mulheres tendem a ser muito disciplinadas, a seguir as regras e estratégias, a serem mais controladas emocionalmente. É um potencial muito grande”.