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Mercado se Divide Entre Manutenção e Nova Alta da Selic em Junho

Com cenário doméstico incerto e sinais divergentes do Banco Central, economistas estão divididos entre manter a Selic em 14,75% ou aplicar nova alta de 0,25 ponto percentual na reunião do Copom deste mês, segundo Projeções Broadcast.

O cenário econômico doméstico e as sinalizações recentes do Comitê de Política Monetária (Copom) dividiram as apostas do mercado financeiro sobre o próximo passo da política monetária brasileira. Levantamento realizado pelo Projeções Broadcast com 48 casas aponta que 27 projetam manutenção da Selic em 14,75%, enquanto 21 esperam nova alta de 0,25 ponto percentual na reunião marcada para este mês.

Na pesquisa anterior, realizada após a divulgação da ata do Copom em 13 de maio, a projeção majoritária era de alta para 15%. Agora, as medianas indicam Selic de 14,75% nas reuniões de junho, julho, setembro e novembro, e também como taxa final de 2025, abaixo dos 14,88% previstos anteriormente. A estimativa para o fim de 2026 segue em 12,50%.

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Segundo analistas, a divisão reflete dados mistos sobre inflação e atividade.

  • Parte do mercado destaca a pressão persistente nos preços de serviços e serviços subjacentes, o que justificaria nova alta.
  • Outros economistas apontam que os efeitos defasados da política monetária ainda não foram totalmente sentidos e que o atual nível da Selic já é suficientemente contracionista.

Yihao Lin, da Genial Investimentos, reviu sua projeção anterior de alta e agora espera manutenção da Selic até o primeiro trimestre de 2026. Para ele, a surpresa negativa no PIB do 1º trimestre e a composição mais benigna do IPCA de maio indicam que o aperto monetário já surte efeito:

  • “Talvez a política monetária esteja fazendo um efeito maior sobre a economia do que antecipamos, o que se confirmou no PIB com o arrefecimento de setores mais cíclicos”, avaliou Lin.
  • O economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, também prevê estabilidade da taxa:
  • “A estratégia do BC de parar o ciclo de aperto monetário está bem clara.
  • Eles têm reforçado que já houve um aperto relevante e agora é preciso aguardar os efeitos dessa estratégia”, afirmou.
  • Padovani ressaltou que uma nova alta só viria em caso de inflação muito preocupante e atividade superaquecida, o que não se confirmou até o momento.
  • Ele acredita que o Copom será enfático em comunicar que os juros ficarão em 14,75% por um período prolongado, evitando que o mercado antecipe cortes.

Já o Santander Brasil alterou sua projeção e agora vê alta de 0,25 ponto em junho, chegando a 15%, com base na resiliência da atividade doméstica e na percepção de que o BC estaria desconfortável com a precificação de estabilidade:

  • “Acreditamos que o sinal recalibrado do Copom reflete um movimento tático para evitar erros de precificação na curva de juros”, escreveu o economista Marco Antonio Caruso.

Para Rafael Prado, da GO Associados, a expectativa também é de mais um aumento de 0,25 ponto, com foco nos dados de serviços e inflação subjacente, ainda acima de 6%, o que ele considera incompatível com a meta:

  • “A autarquia precisa ter certeza de que é uma trajetória descendente e não só um ponto no tempo em que os dados foram mais confortáveis”, disse.

Estimativas Broadcast atuais para a Selic:

  • Copom de junho: 14,75%
  • Copom de julho: 14,75%
  • Copom de setembro: 14,75%
  • Copom de novembro: 14,75%
  • Selic no fim de 2025: 14,75%
  • Selic no fim de 2026: 12,50%

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