Em evento com autoridades e especialistas, o economista-chefe do BTG Pactual destacou a aproximação entre Congresso e governo como oportunidade para enfrentar despesas obrigatórias e iniciar mudanças estruturais antes das eleições.
O ex-secretário do Tesouro Nacional e atual economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, afirmou na quarta-feira que houve melhora no debate fiscal no Brasil e que é positivo ver o Congresso Nacional se aproximando do governo para criar um ambiente favorável ao ajuste das contas públicas. “O debate fiscal melhorou. Para fazer mudanças, o debate tem que começar hoje”, disse Mansueto durante evento promovido pela CBN, O Globo e Valor Econômico, destacando a importância de se avançar antes de 2026, ano eleitoral que, segundo ele, traz “dificuldades naturais” à discussão de temas sensíveis.
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Segundo o economista, cortar despesas é difícil em qualquer lugar do mundo, mas o Brasil tem dado passos importantes. “Colocamos os problemas reais na mesa”, afirmou, citando a reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes partidários, que resultou no anúncio de que o aumento do IOF será revisto e compensado por novas tributações, como sobre produtos financeiros e apostas esportivas (bets).
- Mansueto ressaltou que o País terá que enfrentar, “mais cedo ou mais tarde”, a vinculação do salário mínimo aos gastos previdenciários, que tem pressionado o orçamento.
- Para ele, com o atual cenário de desemprego em mínimas históricas e salários em alta, não há necessidade de uma política ativa de valorização do mínimo.
- “Vamos ter que mexer nas estruturas dos gastos obrigatórios”, afirmou.
Ele também pontuou que não é mais possível fazer ajuste apenas com aumento de impostos, já que a carga tributária está em torno de 33% do PIB. “É bom ver o Congresso tentando trazer o Executivo, criando ambiente para o debate do ajuste fiscal”, disse Mansueto, que participou da mesa ao lado do presidente da Câmara, Hugo Motta.
- Sobre a reforma administrativa, Mansueto afirmou que a medida não trará grande economia no curto prazo, mas é fundamental para melhorar a eficiência do Estado.
- “É um debate difícil, mas que precisa ser colocado”, defendeu, ressaltando a necessidade de reduzir o número de carreiras e corrigir distorções salariais no serviço público.
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