O economista-chefe global do JP Morgan, Bruce Kasman, alertou nesta quarta-feira (12), em entrevista a repórteres em Cingapura, que há uma chance de 40% de recessão nos Estados Unidos em 2025, um aumento em relação aos 30% estimados no início do ano.
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Segundo ele, o cenário pode se deteriorar ainda mais caso o governo americano siga com políticas comerciais mais restritivas.
- “A preocupação com a economia dos EUA aumentou”, afirmou Kasman, destacando que, embora as projeções atuais de crescimento do PIB americano para este ano ainda sejam de 2%, o risco de recessão pode subir para 50% ou mais se as tarifas recíprocas ameaçadas pelo presidente Donald Trump entrarem em vigor a partir de abril.
- Nos últimos dias, os mercados americanos sofreram sua maior liquidação em meses, com investidores receosos de que o governo Trump possa desacelerar ainda mais a economia com o aumento de tarifas sobre importações.
- Segundo uma pesquisa da Reuters realizada no Canadá, México e EUA, 95% dos economistas entrevistados acreditam que as tarifas de Trump elevaram os riscos de recessão em suas economias.
Outros grandes bancos também revisaram suas projeções.
- O Goldman Sachs e o Morgan Stanley reduziram suas estimativas de crescimento do PIB dos EUA para 1,7% e 1,5%, respectivamente.
Riscos ao “Privilégio Exorbitante”
Além das preocupações imediatas com a economia, Kasman destacou o risco de danos duradouros à posição dos EUA como um dos principais destinos globais de investimentos.
- Segundo ele, o estilo de governança atual e decisões recentes podem minar a confiança dos investidores internacionais.
- “Os EUA construíram, ao longo de muitos anos, uma reputação como um lugar onde se respeita o Estado de direito, com integridade na disseminação de informações e previsibilidade nas regras do mercado”, afirmou.
- “Mas cortes orçamentários, mudanças no papel dos EUA no cenário internacional e o desmonte de comitês consultivos que auxiliam na coleta de dados podem ameaçar essa confiança.”
Kasman também destacou o risco de perder o chamado “privilégio exorbitante” — termo que descreve a vantagem histórica dos EUA em conseguir financiar seus déficits a custos mais baixos e atrair grandes fluxos de capital.
- “O risco de que essas vantagens comecem a ser questionadas e se tornem um problema estrutural para os mercados não deve ser subestimado”, afirmou.
Diante desse cenário, o economista defende que o governo adote políticas mais estáveis e favoráveis ao mercado, a fim de preservar a confiança dos investidores e evitar um impacto duradouro sobre a economia americana.
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