CEO prevê enfraquecimento do “pouso suave” econômico e vê riscos crescentes com crédito privado e política pós-pandemia.
O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, afirmou na terça-feira que a economia dos Estados Unidos pode se “deteriorar” em breve, indicando que o tão discutido “pouso suave” econômico provavelmente se revelará mais fraco do que o esperado nos próximos meses. “Acredito que há uma chance de que os números reais se deteriorem em breve”, disse Dimon durante uma conferência organizada pelo Morgan Stanley, segundo transcrição do FactSet.
Os dados econômicos mais recentes apontam para uma desaceleração tanto no crescimento do emprego quanto na inflação durante o mês de maio. De acordo com o JPMorgan, os efeitos dos gastos governamentais e da política monetária expansionista adotada durante a pandemia, que sustentaram a atividade econômica, estão se esgotando — o que torna o país mais vulnerável a uma recessão nos próximos meses.
Apesar disso, os EUA continuam a registrar crescimento no número total de empregos e nos gastos dos consumidores em 2025. No entanto, pesquisas indicam queda na confiança de consumidores e líderes empresariais, impulsionada especialmente pelas políticas tarifárias do governo Trump.
Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt
Dimon, no entanto, minimizou a relevância desses dados de sentimento, observando que “nem os consumidores nem as empresas jamais escolhem os pontos de inflexão”. Ele reforçou sua visão de que o cenário pode piorar discretamente: “O emprego vai cair um pouco. A inflação vai subir um pouco. Tomara que seja só um pouquinho”, comentou, destacando ainda que os níveis mais baixos de imigração representam outro fator de pressão.
- Desde 2006 à frente do maior banco dos EUA, Dimon é conhecido por adotar posturas prudentes e, muitas vezes, céticas sobre os rumos da economia global.
- Seus comentários desta terça-feira não foram excepcionalmente pessimistas, mas reforçam um alerta persistente.
Outra área de preocupação destacada pelo CEO foi o crescente setor de crédito privado, que tem se expandido em Wall Street. Segundo Dimon, essa classe de ativos representa riscos distintos para bancos e investidores, especialmente em um ambiente de possível recessão.
- “Se eu fosse gestor de fundos, eu acharia que agora seria um bom momento para comprar crédito? Não. Eu não estaria comprando crédito hoje com esses preços e spreads”, afirmou.
- Dimon diferenciou os papéis dos bancos — que estruturam e vendem esses créditos — dos investidores, que ficam expostos ao longo prazo, e sugeriu cautela diante da atual precificação no mercado.
Enquanto os indicadores ainda apontam para uma economia em crescimento, o tom de alerta de Dimon destaca os desafios de manter a estabilidade econômica após anos de estímulos e mudanças estruturais no mercado de trabalho e no sistema financeiro dos EUA.
Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt