O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,31% em fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12).
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O resultado, embora ligeiramente abaixo da mediana das expectativas de mercado, que apontava para uma alta de 1,32%, representa o maior avanço para o mês desde 2003, quando o índice subiu 1,57%.
- Em janeiro, o IPCA havia registrado um aumento de apenas 0,16%.
- No acumulado de 12 meses, a inflação acelerou de 4,56% em janeiro para 5,06% em fevereiro, também ligeiramente abaixo da mediana das projeções, que indicava alta de 5,07%.
- O avanço é o mais expressivo desde setembro de 2023, quando a inflação acumulada atingiu 5,19%.
Pressão nos Serviços e Preocupações com a Selic
Os serviços continuam sendo o principal foco de preocupação, com alta de 0,82% em fevereiro, superando a mediana do mercado de 0,75%, segundo matéria do Broadcast.
- Já os serviços subjacentes, que desconsideram itens mais voláteis, avançaram de 5,95% para 6,22% no acumulado em 12 meses.
- Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, o comportamento dos serviços subjacentes sinaliza que a inflação pode ser mais persistente do que o esperado, reforçando a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) execute uma nova elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic ainda este mês.
“A inflação, mesmo excluindo preços mais voláteis, mostra um cenário preocupante. O Banco Central deverá reforçar seu compromisso com o regime de metas de inflação, mantendo os juros em patamares elevados por um período prolongado”, afirmou Sanchez.
A avaliação é compartilhada pelo economista Carlos Lopes, do Banco BV, que projeta a Selic em 14,25% após o próximo ajuste.
- Segundo ele, os serviços estão rodando em 6,17% na média móvel trimestral anualizada, enquanto os serviços subjacentes estão em 7,5%, evidenciando pressão inflacionária contínua.
Desempenho dos Grupos de Produtos
Os preços livres desaceleraram de 0,75% para 0,68%, abaixo da mediana do mercado, de 0,71%.
- Por outro lado, os preços administrados subiram expressivamente, passando de uma queda de 1,52% em janeiro para uma alta de 3,16% em fevereiro, superando a expectativa de 3,09%.
- Os bens industriais também apresentaram desaceleração, com alta de 0,40% em fevereiro, ante 0,45% em janeiro.
- Contudo, os serviços, considerados o componente mais resiliente da inflação, continuam pressionados, com uma elevação de 0,82%.
Projeções e Perspectivas
Ainda segundo matéria do Broadcast, para o ano de 2025, o Banco BV projeta uma inflação de 5,5%, com o cenário de serviços e bens industriais indicando um viés de alta.
- Segundo Lopes, a inflação brasileira ainda apresenta um “desenho preocupante”, com núcleos em aceleração e pressões disseminadas em diversos setores.
Em meio a esse cenário, o mercado financeiro se mantém atento à próxima reunião do Copom e à comunicação do Banco Central, que poderá influenciar as expectativas sobre a trajetória dos juros no país.
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