Empresa chinesa aposta no Ascend 910D para fortalecer sua indústria de semicondutores em meio à intensificação da rivalidade tecnológica global.
A Huawei Technologies, da China, está se preparando para testar seu processador de inteligência artificial mais poderoso até hoje, o Ascend 910D, em uma tentativa de reduzir a dependência da tecnologia americana e competir diretamente com a Nvidia, líder mundial em chips de IA. O movimento sublinha a resiliência da indústria de semicondutores chinesa, mesmo diante dos esforços contínuos de Washington para cortar o acesso de Pequim a equipamentos avançados de fabricação de chips. A Huawei já distribuiu amostras iniciais do novo chip a empresas de tecnologia locais, e os primeiros testes técnicos devem começar até o fim de maio, disseram fontes próximas ao assunto. O 910D é parte da linha Ascend, cuja versão anterior, o 910C, ficou aquém das expectativas em comparação ao popular H100 da Nvidia. Ainda assim, a Huawei aposta que o novo chip poderá superar o desempenho do rival americano em determinadas aplicações, apesar de consumir mais energia e ser menos eficiente.
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A ofensiva chinesa ocorre em um momento de crescente pressão sobre a Nvidia: no início deste mês, os EUA ampliaram as restrições de exportação de semicondutores, atingindo inclusive o chip H20, uma versão adaptada para o mercado chinês.
- Como resultado, a Nvidia previu uma perda de receita de US$ 5,5 bilhões.
- O cenário criou espaço para empresas chinesas como Huawei e Cambricon Technologies avançarem.
- Este ano, a Huawei planeja entregar mais de 800.000 chips Ascend 910B e 910C a clientes como operadoras estatais e desenvolvedores de IA, incluindo a ByteDance, controladora do TikTok.
- Apesar dos obstáculos, como a exclusão da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) e a limitação no acesso a equipamentos de litografia de ponta, a Huawei adotou estratégias alternativas.
- O novo chip 910D utiliza tecnologias de encapsulamento avançadas para combinar múltiplos chips e aumentar o desempenho.
Paralelamente, a empresa investe na construção de sistemas de computação de larga escala para contornar limitações individuais de seus chips.
- Em abril, a Huawei lançou o CloudMatrix 384, que conecta 384 chips Ascend 910C, formando um supercomputador capaz de competir, em alguns cenários, com racks da Nvidia equipados com chips Blackwell, embora à custa de maior consumo energético.
- “Ter cinco vezes mais Ascends mais do que compensa o fato de cada GPU ter apenas um terço do desempenho de uma Nvidia Blackwell”, afirmou a consultoria SemiAnalysis em um relatório recente.
Com a rivalidade tecnológica entre EUA e China se intensificando, a Huawei e seus parceiros chineses seguem acelerando esforços para alcançar a autonomia em semicondutores, mesmo enfrentando gargalos críticos na cadeia de suprimentos global.
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