Setores do agronegócio e da indústria afirmam que a medida foi surpreendente e politizada, e alertam para danos econômicos também aos Estados Unidos.
Setores exportadores brasileiros reagiram com surpresa à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos do Brasil, anunciada pelo presidente Donald Trump. Representantes de diferentes segmentos lamentaram a decisão, alegando falta de justificativa econômica e alertando que os impactos negativos poderão afetar tanto a economia brasileira quanto a americana.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) declarou que “não existe qualquer fato econômico que justifique uma medida desse tamanho, elevando as tarifas sobre o Brasil do piso ao teto”. Em nota, o presidente da entidade, Ricardo Alban, afirmou: “Os impactos dessas tarifas podem ser graves para a nossa indústria, que é muito interligada ao sistema produtivo americano. Uma quebra nessa relação traria muitos prejuízos à nossa economia”.
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O Cecafé, representando os exportadores de café, disse que a medida pode prejudicar consumidores nos EUA, observando que “os EUA são o país mais importante em termos de consumo de café” e que o Brasil é o principal fornecedor, com mais de 30% do mercado.
A Abicalçados classificou a tarifa como “um grande balde de água fria para o setor calçadista brasileiro”, lembrando que os EUA são o principal destino das exportações e que houve crescimento de quase 40% em junho.
A Abiec, da indústria de carnes, afirmou que se trata de um “entrave ao comércio internacional” e uma ameaça à segurança alimentar global. Já o analista Malek Zein, da Eleven Financial, apontou que a medida deve afetar principalmente o setor siderúrgico, embora o impacto varie conforme a estrutura internacional de cada empresa.
Na área de plásticos, José Ricardo Roriz, da Abiplast, destacou que o efeito vai além das exportações diretas, afetando também produtos em que o plástico integra o processo produtivo.
- O setor químico, representado pela Abiquim, criticou a decisão, com seu presidente André Passos afirmando que “foi tomada não olhando o comércio internacional, mas por outras razões”, lembrando que o Brasil exporta US$ 4 bilhões e importa US$ 12 bilhões em produtos químicos dos EUA.
No setor de sucos, a CitrusBR afirmou que “essa medida afeta não apenas o Brasil, mas toda a indústria de suco nos Estados Unidos”. Por fim, a Abit, entidade do setor têxtil, afirmou que “medidas unilaterais e intempestivas não servem aos interesses dos brasileiros ou dos estadunidenses”.
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