O dólar americano pode estar prestes a enfrentar uma “avalanche” de vendas de até US$ 2,5 trilhões, afirmou Stephen Jen – o criador da teoria do “sorriso do dólar” – da Eurizon SLJ Capital, segundo matéria da Bloomberg.
Isso pode ocorrer à medida que países asiáticos repatriam reservas e investidores institucionais buscam proteção contra a desvalorização da moeda, afirmou Stephen Jen, da Eurizon SLJ Capital, em nota publicada na quarta-feira. Segundo Jen e sua colega Joana Freire, exportadores asiáticos acumularam volumes “extremamente grandes” de dólares ao longo dos anos — reflexo direto dos superávits comerciais da região com os Estados Unidos. Com o agravamento da guerra comercial liderada por Washington, esses fluxos de dólares correm o risco de se inverter abruptamente, gerando pressão sobre o valor da moeda americana. O movimento, segundo os analistas, pode representar um desequilíbrio estrutural no sistema financeiro global. “Suspeitamos que essas acumulações de dólares representam riscos acentuados de desvalorização do dólar em relação a moedas asiáticas”, escreveram.
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O chamado “êxodo do dólar” se intensifica em um momento em que o índice do dólar da Bloomberg caiu cerca de 8% desde sua máxima em fevereiro, e moedas como o dólar taiwanês, o ringgit malaio e o dong vietnamita têm se valorizado.
- Analistas sugerem que esse fortalecimento pode ser uma tática deliberada das autoridades asiáticas para ganhar margem de negociação em conversas comerciais com os EUA.
Jen, conhecido por desenvolver a teoria do “sorriso do dólar” — que sugere que a moeda americana se fortalece tanto em tempos de crise quanto de forte crescimento —, aponta que as posições não protegidas contra oscilações cambiais entre países com superávits externos, como China, Taiwan, Malásia e Vietnã, amplificam o risco de saídas abruptas do dólar.
- A mudança no fluxo cambial também se relaciona com a expectativa de novos cortes de juros pelo Federal Reserve, o que tornaria ativos denominados em dólar menos atraentes para investidores estrangeiros.
“A combinação de repatriações, redução de exposição cambial e mudanças políticas nos EUA está enfraquecendo o apelo de longo prazo do dólar como moeda de reserva”, alertou Jen. “Há um importante desequilíbrio no mundo que coloca o dólar em uma posição vulnerável.”
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