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EUA Sinalizam Possível Flexibilização nas Exigências ao Irã em Negociações Nucleares, Diz Steve Witkoff

Washington pode aceitar enriquecimento limitado de urânio, recuando da exigência de desmantelamento total do programa iraniano.

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O enviado dos EUA, Steve Witkoff, indicou nesta semana que o governo Trump pode afrouxar suas exigências ao Irã nas negociações sobre o programa nuclear do país, admitindo a possibilidade de Teerã continuar com um nível limitado de enriquecimento de urânio, desde que rigorosamente verificado. A fala representa uma mudança significativa em relação à retórica anterior da Casa Branca, que exigia o desmantelamento total da infraestrutura nuclear iraniana. Em entrevista ao programa Hannity, da Fox News, Witkoff afirmou que o Irã “não precisa enriquecer além de 3,67%”, o mesmo limite estipulado pelo acordo nuclear de 2015 (JCPOA), abandonado pelos EUA em 2018 sob ordens do próprio presidente Donald Trump.

“Em algumas circunstâncias, eles estão em 60%, em outras, em 20%. Isso não pode ser considerado parte de um programa nuclear civil legítimo”, afirmou Witkoff, destacando que qualquer entendimento dependerá de verificação rigorosa tanto do nível de enriquecimento quanto da ausência de intenções bélicas.

Retomada cautelosa do diálogo

Witkoff manteve no último sábado uma conversa indireta em Omã com o negociador iraniano Abbas Araghchi, descrevendo o encontro como “positivo, construtivo e convincente”.

  • Uma nova rodada está prevista para este sábado.
  • Do lado iraniano, o líder supremo aiatolá Ali Khamenei comentou pela primeira vez sobre as conversas e afirmou que as negociações “começaram bem”, mas alertou para a necessidade de cautela:

“Não devemos ser excessivamente otimistas, nem extremamente céticos. Desconfiamos muito do lado oposto, mas confiamos em nossas capacidades.”

Diplomatas iranianos indicam que renunciar totalmente ao enriquecimento doméstico seria uma linha vermelha para Teerã, o que inviabilizaria qualquer acordo que exija tal condição. O objetivo do Irã, segundo analistas, é um modelo similar ao do JCPOA, com limites técnicos e acesso a sanções suspensas.

Retórica mista da Casa Branca

Apesar do tom mais moderado de Witkoff, o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz reiterou no mês passado que o governo Trump ainda busca o desmantelamento completo do programa nuclear iraniano.

  • Já Trump, em declarações recentes, afirmou desejar um acordo, mas ameaçou com ação militar caso a diplomacia falhe:

“O Irã precisa se livrar do conceito de arma nuclear.”

Trump também acusou Teerã de deliberadamente atrasar o processo, dizendo: “Acho que eles estão nos incentivando.” Apesar das tensões, o presidente tem reiterado sua intenção de chegar a um acordo para encerrar a crise.

Situação atual do programa iraniano

O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins exclusivamente civis.

  • No entanto, desde a saída dos EUA do JCPOA, o país ampliou significativamente sua capacidade de enriquecimento, chegando a níveis de até 60%, muito próximos dos 90% necessários para uso militar.
  • Ainda assim, a transformação do material em armamento levaria mais tempo e, segundo o último relatório da comunidade de inteligência americana, não há indícios de que o Irã tenha retomado um programa de armas nucleares desde que o suspendeu em 2003.

Com a diplomacia em curso e uma possível mudança na postura dos EUA, as próximas rodadas de negociações serão decisivas para determinar se um novo acordo pode ser alcançado — ou se o impasse nuclear persistirá.

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