Governo Trump formaliza inquérito contra o Brasil, citando corrupção, desmatamento e barreiras comerciais como fatores que prejudicam empresas americanas.
O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, declarou na terça-feira que iniciou uma investigação formal contra o Brasil, alegando práticas comerciais “desleais”. A medida ocorre uma semana após o presidente Donald Trump anunciar sua intenção de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
A investigação marca mais um capítulo da guerra comercial promovida por Trump desde o início de seu segundo mandato em janeiro, que já impôs tarifas sobre quase todos os parceiros comerciais dos EUA. Segundo o presidente americano, o objetivo é reordenar a economia global e pôr fim a décadas de “discriminação contra os Estados Unidos”.
A ação será conduzida pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) e busca apurar se atos e políticas brasileiras oneram ou restringem o comércio com os EUA.
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Entre os focos da investigação estão comércio digital, tarifas preferenciais, combate à corrupção, propriedade intelectual, barreiras ao etanol e desmatamento ilegal.
- O USTR acusa o Brasil de favorecer plataformas digitais locais, dificultar a operação de empresas americanas e gerar insegurança jurídica com decisões do STF.
- Também aponta tarifas discriminatórias a produtos dos EUA, chegando a ser 100% superiores às aplicadas a parceiros como México e Índia.
Segundo os EUA, há sinais de retrocesso no combate à corrupção, com anulação de condenações e acordos judiciais pouco transparentes, além de falhas na proteção de patentes e alta pirataria digital.
- No setor de etanol, Washington denuncia uma tarifa de 18% que fez as exportações americanas despencarem, e acusa o Brasil de usar áreas desmatadas ilegalmente, afetando a competitividade agrícola dos EUA.
- O inquérito inclui um prazo para comentários públicos até 18 de agosto e uma audiência em 3 de setembro, em Washington.
- Com base nessas informações, o USTR poderá aplicar sanções comerciais ao Brasil.
A ofensiva ocorre em meio à escalada tarifária promovida por Trump, que anunciou na semana passada uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, a vigorar a partir de 1º de agosto, citando uma suposta “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e decisões judiciais desfavoráveis a empresas de tecnologia dos EUA.
- Apesar da medida, o governo Lula sinalizou a empresários que não pretende aplicar a Lei de Reciprocidade, mesmo que não haja avanço nas negociações bilaterais até o início de agosto.
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