O Tesouro dos Estados Unidos deve manter inalterados os tamanhos dos leilões de cupons no trimestre de maio a julho de 2025, mesmo diante de um ambiente político e econômico incerto, de acordo com projeções do HSBC.
A estimativa sinaliza continuidade na estratégia de emissão do governo anterior, sob a atual gestão do secretário do Tesouro, Scott Bessent, nomeado em janeiro. Segundo analistas do banco, os leilões de T-bonds, T-notes e notas de taxa flutuante (FRNs) devem permanecer estáveis, enquanto os Títulos do Tesouro protegidos contra a inflação (TIPS) terão apenas ajustes incrementais. A previsão é de aumentos modestos na reabertura dos papéis de 5 anos e na nova emissão de 10 anos, sem alterações na reabertura dos TIPS de 10 anos. O HSBC estima que o Tesouro levantará cerca de US$ 1,102 trilhão em emissões brutas de cupons no trimestre, frente aos US$ 1,092 trilhão do período anterior. O financiamento líquido deverá alcançar US$ 508 bilhões, acima dos US$ 491 bilhões registrados no trimestre anterior.
Cenários para o ano fiscal de 2026
O banco também revisou seus cenários de oferta até o fim do ano fiscal de 2026, considerando diferentes combinações de déficit público, composição da dívida e cronograma do aperto quantitativo (QT) conduzido pelo Federal Reserve.
- No cenário base, com a participação de T-bills mantida em 22%, a oferta de cupons se manteria estável, mesmo sob riscos fiscais elevados, desde que a emissão seja redirecionada para prazos mais curtos.
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Demanda estrangeira e curva de juros
Em meio a uma recente inclinação da curva de rendimentos, ressurgiram narrativas sobre redução da demanda estrangeira por Treasuries de longo prazo.
- Contudo, o HSBC argumenta que essa interpretação ignora o principal fator por trás da inclinação: a queda dos rendimentos de curto prazo diante da crescente probabilidade de recessão.
- O banco também observa que a participação estrangeira na dívida negociável dos EUA vem diminuindo há mais de uma década, não por desinvestimento, mas pela expansão do estoque total da dívida.
- Investidores domésticos assumiram o papel de principais compradores marginais, enquanto o aumento mais expressivo na exposição estrangeira a ativos em dólar tem ocorrido no mercado acionário.
Volatilidade e riscos de curto prazo
Segundo o HSBC, liquidações forçadas e picos de volatilidade nas últimas semanas foram os principais fatores de disrupção nos preços dos títulos, mas esses efeitos devem se dissipar ao longo do tempo.
- Ainda assim, o banco alerta para outras possíveis fontes de instabilidade no curto prazo e destaca que tanto o Tesouro quanto o Fed possuem instrumentos para mitigar esses riscos.
O Departamento do Tesouro divulgará oficialmente suas projeções de refinanciamento em 30 de abril. O mercado acompanhará de perto os anúncios, em meio à crescente sensibilidade às decisões de política fiscal e monetária no atual contexto de incertezas globais.
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