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EUA Avançam em Direção a Tarifas Sobre Chips e Produtos Farmacêuticos Com Duas Novas Investigações

Trump sinaliza apoio às montadoras enquanto Washington intensifica ofensiva comercial com base em segurança nacional.

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O governo dos Estados Unidos deu novos passos rumo à imposição de tarifas sobre semicondutores e produtos farmacêuticos, com o lançamento de duas investigações de segurança nacional que podem acirrar significativamente a já conturbada guerra comercial. As medidas ocorrem em meio a declarações do presidente Donald Trump, que afirmou estar considerando “algo para ajudar as montadoras” norte-americanas. As investigações foram iniciadas oficialmente em 1º de abril pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick, e registradas em documentos federais nesta segunda-feira. As análises, conduzidas sob a chamada Seção 232, visam avaliar os riscos à segurança nacional advindos da dependência de importações em dois setores estratégicos: semicondutores e produtos farmacêuticos, incluindo tanto medicamentos de marca quanto genéricos, bem como ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs). Em pronunciamento recente no Salão Oval, Trump reforçou sua retórica protecionista, indicando que a aplicação de tarifas é parte de uma estratégia maior para fortalecer a produção interna e reduzir a dependência de insumos estrangeiros.

“Eles [as montadoras] estão mudando para peças que foram feitas no Canadá, México e outros lugares, e precisam de um pouco de tempo, porque vão fabricá-las aqui”, afirmou o ex-presidente, sugerindo uma possível flexibilização tarifária para o setor automobilístico.

Tarifas em meio a recuos estratégicos

As novas investigações contrastam com uma série de recentes recuos na política tarifária americana. Na semana passada, Trump anunciou a suspensão de aumentos planejados em tarifas “recíprocas” contra diversos países.

  • No fim de semana, uma isenção temporária foi concedida para eletrônicos de consumo, aliviando a pressão sobre empresas de tecnologia que dependem de importações chinesas.
  • Contudo, a abertura formal das investigações sobre chips e produtos farmacêuticos pode preparar o terreno para uma nova rodada de tarifas, com potencial impacto em setores cruciais da economia.
  • Autoridades alertaram que produtos eletrônicos de consumo poderão ser atingidos, dependendo dos resultados da investigação sobre semicondutores.

Pressões da indústria automobilística

Enquanto o foco do governo se volta para chips e medicamentos, o setor automobilístico ganha espaço nas negociações. Trump impôs no mês passado tarifas de 25% sobre carros e peças importadas, uma medida controversa que tem gerado preocupação sobre aumento de custos para consumidores e impactos negativos nas cadeias globais de fornecimento.

  • Montadoras como Ford, General Motors e Stellantis vêm pressionando a administração por isenções específicas.
  • As ações das três empresas reagiram positivamente aos comentários de Trump: GM subiu 3,1%, Ford avançou 4%, e a Stellantis ganhou 5,6% na bolsa de Nova York.
  • Matt Blunt, presidente do Conselho Americano de Política Automotiva, afirmou que as tarifas estão criando obstáculos para os próprios objetivos do governo:

“Há um entendimento de que algumas das tarifas individuais que estão sendo aplicadas a peças estão minando o objetivo de fabricação nos EUA, que é um objetivo que compartilhamos com o governo”.

Caminho incerto, mas combativo

Apesar do ambiente de incertezas, Trump reafirmou sua disposição para negociações: “Sou uma pessoa muito flexível”, disse, indicando possíveis concessões táticas dentro de seu regime tarifário.

  • As investigações da Seção 232 exigem períodos obrigatórios de aviso e comentários públicos, o que pode empurrar decisões finais para os próximos meses.
  • Durante esse tempo, o governo coletará feedback da indústria e da sociedade civil — um processo que, embora burocrático, costuma preparar o terreno para medidas assertivas.

Em meio a essa escalada cautelosa, analistas veem o movimento como mais um capítulo na crescente tentativa dos EUA de redefinir suas relações comerciais sob o argumento da segurança nacional — um tema que deve dominar a agenda econômica e política no período eleitoral que se aproxima.

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