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Empresas Europeias e Britânicas Sentem o Impacto da Guerra Comercial de Trump

Empresas europeias e britânicas estão sentindo o peso crescente da guerra comercial liderada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As empresas passaram a destacar o impacto das novas tarifas sobre a confiança do consumidor, cadeias globais de suprimentos e estratégias financeiras de longo prazo. Gigantes como Nestlé, Mercedes-Benz, Unilever e Stellantis alertaram investidores durante seus resultados trimestrais sobre os desafios que enfrentam desde que Washington impôs, no início de abril, tarifas básicas de 10% a parceiros comerciais, com ameaças adicionais de tarifas recíprocas. Desde então, a Casa Branca adiou parte das medidas por 90 dias, buscando tempo para negociações. “Acredito que as incertezas criadas pelas políticas econômicas, guerras comerciais e evolução dos mercados financeiros aumentaram as preocupações e criaram mais instabilidade”, disse Laurent Freixe, CEO da Nestlé. A empresa apontou que os consumidores começaram o ano “nada otimistas” e que as tarifas agravaram o cenário.

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Segundo dados da FactSet, o tema foi mencionado 223 vezes em teleconferências de empresas do índice Stoxx Europe 600 em abril — quase o dobro das 115 ocorrências em março. O aumento reflete o impacto do chamado “dia da libertação” de Trump, em 2 de abril, quando foram anunciadas as novas medidas comerciais.

  • O CEO da Ingka Group (Ikea), Jesper Brodin, destacou que a velocidade das decisões políticas da Casa Branca prejudica o planejamento estratégico das empresas: “Costumávamos pensar em horizontes de pelo menos 10 anos para definir onde abrir uma fábrica. Agora isso é praticamente impossível”.
  • Diante da incerteza, várias empresas optaram por não divulgar previsões atualizadas. Mercedes-Benz, Volvo Cars e Stellantis estão entre os grupos que retiraram seus guidance anuais, citando visibilidade limitada e ambiente de negócios volátil.
  • A gestora Fabiana Fedeli, da M&G Investments, afirmou que as companhias estão relutantes em tomar decisões de longo prazo diante do cenário incerto.

No Reino Unido, a Unilever alertou sobre o impacto das flutuações cambiais intensificadas após o anúncio das tarifas, enquanto a fabricante Reckitt mencionou riscos para suas vendas de produtos de limpeza.

  • A varejista Primark, do grupo Associated British Foods, estuda transferir parte da produção da China, mas aguarda maior clareza sobre o posicionamento comercial dos EUA.
  • Enquanto Bruxelas se prepara para impor tarifas retaliatórias em julho na ausência de um acordo, e o Reino Unido mantém negociações com os EUA, líderes empresariais pedem urgência em soluções duradouras.
  • “Só adaptaremos nossas cadeias de suprimento quando houver mais certeza sobre a posição de longo prazo dos diferentes mercados”, afirmou George Weston, CEO da AB Foods.

Com os mercados globais atentos a sinais de retomada do diálogo entre EUA e China, empresas europeias seguem pressionando por previsibilidade nas decisões comerciais, alertando que a volatilidade atual ameaça investimentos, empregos e o crescimento.

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