Dólar Cai com Preocupações sobre Crescimento nos EUA, Mas Recuperação Ainda é Esperada

O dólar enfrenta uma fase de enfraquecimento, refletindo preocupações com o crescimento da economia dos Estados Unidos e a incerteza em relação às tarifas comerciais implementadas pelo governo Donald Trump, conforma matéria da Reuters.

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Desde sua posse em janeiro, a moeda americana acumulou uma queda de 5%, atingindo uma mínima de quatro meses. A principal razão para a desvalorização do dólar tem sido o impacto das tarifas comerciais, que geram temores de desaceleração econômica ao aumentar os custos para empresas e consumidores, interromper cadeias de suprimentos e reduzir o comércio internacional.

  • Além disso, o aumento dos gastos fiscais da Alemanha fortaleceu o euro, levando investidores a realocarem capital para economias com maior potencial de crescimento.
  • No mercado de câmbio futuro, as apostas líquidas compradas em dólar caíram para US$ 15,3 bilhões, bem abaixo da máxima de US$ 35,2 bilhões registrada no final de janeiro.
  • Apesar desse cenário, alguns investidores acreditam que o dólar ainda tem espaço para recuperação.
  • Paresh Upadhyaya, diretor de estratégia da Amundi US, afirma que os fundamentos que impulsionaram o dólar no ano passado continuam válidos, ressaltando que, apesar dos sinais de desaceleração, o crescimento dos EUA ainda supera o de outras grandes economias.
  • Além disso, o dólar mantém rendimentos elevados e permanece um ativo seguro em tempos de incerteza global.

O Papel das Tarifas e a Perspectiva para o Dólar

Historicamente, apostas contra o dólar foram prematuras. Nos últimos dois anos, o índice da moeda americana caiu cerca de 5% duas vezes, mas em ambas as ocasiões se recuperou rapidamente. Isso reforça a visão de analistas que acreditam que o dólar pode voltar a se fortalecer, especialmente com a implementação total das tarifas comerciais.

  • As tarifas de 25% sobre importações do México e Canadá entraram em vigor na última terça-feira, junto com novos impostos sobre produtos chineses.
  • Além disso, Trump anunciou que medidas tarifárias sobre a Europa começarão em 2 de abril, incluindo tarifas recíprocas e restrições não tarifárias para equilibrar os déficits comerciais com o bloco europeu.
  • Diante desse cenário, alguns especialistas ainda evitam adotar uma posição pessimista em relação ao dólar.
  • Vassili Serebriakov, estrategista do UBS, destaca que o risco tarifário persistente torna difícil apostar contra a moeda americana, uma vez que o impacto total das novas tarifas ainda não foi precificado pelo mercado.
  • Por outro lado, Francesco Pesole, do ING em Londres, acredita que o euro pode acabar cedendo ao longo do ano, caindo para US$ 1,02, contra os US$ 1,08 atuais.
  • Ele ressalta que a euforia com o aumento dos gastos fiscais europeus pode ser temporária, assim como aconteceu em 2020, quando o euro se valorizou brevemente após o pacote de estímulo da União Europeia.

Apostas no Dólar e a Incógnita do Comércio Global

A recente alta do euro, impulsionada pela perspectiva de crescimento na Europa, ainda gera desconfiança entre alguns investidores.

  • Steven Englander, chefe de estratégia de câmbio do Standard Chartered, alerta que o mercado costuma reagir de forma exagerada a estímulos fiscais europeus, lembrando que, em 2020, o otimismo com o pacote de recuperação da UE não se sustentou e o euro acabou recuando.
  • Enquanto alguns especialistas apostam em uma valorização sustentada da moeda única europeia, outros acreditam que o dólar poderá recuperar força à medida que a guerra comercial se intensifica.
  • Ugo Lancioni, da Neuberger Berman, argumenta que, embora o dólar já tenha precificado parte de seu potencial de alta, a escalada da guerra comercial pode reverter parte das perdas recentes.

Com Trump reforçando sua retórica contra a manipulação cambial por parte do Japão e da China, a volatilidade no mercado de câmbio deve permanecer elevada. A incerteza sobre o futuro das relações comerciais globais e o impacto das tarifas nos fluxos financeiros podem ser decisivos para determinar se o dólar continuará sua tendência de queda ou se retomará sua trajetória de valorização.


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