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Demitir Powell Teria Pouco Efeito Sobre Dívida Pública, Diz Deutsche Bank

Estudo aponta que remoção do presidente do Fed geraria economia de no máximo US$ 15 bilhões, muito aquém dos US$ 1 trilhão citados por Trump.

A substituição do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, dificilmente traria os efeitos desejados pelo presidente Donald Trump em relação aos custos da dívida pública, de acordo com uma nova análise do Deutsche Bank divulgada na quarta-feira.

“Remover Powell não mudará nada nos custos dos juros da dívida do Departamento do Tesouro”, escreveram Matthew Luzzetti, economista-chefe nos Estados Unidos, e os estrategistas Matthew Raskin e Steven Zeng.

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A avaliação rebate a afirmação de Trump, que declarou na terça-feira que “com o risco de uma caneta, economizaríamos mais de US$ 1 trilhão” caso o Fed cortasse as taxas em cerca de 3 pontos percentuais, levando a taxa básica — atualmente entre 4,25% e 4,5% — para 1%.

  • Os analistas do Deutsche Bank calcularam os impactos de uma eventual demissão de Powell com base na reação do mercado no dia 16 de julho, quando surgiram rumores de que Trump planejava sua saída — antes de recuar.
  • Nesse intervalo, os rendimentos dos títulos de curto prazo caíram, mas os de longo prazo subiram, refletindo preocupações com uma possível inflação mais alta.

A conclusão do estudo é que a economia obtida com os rendimentos iniciais mais baixos seria amplamente compensada pelos juros de longo prazo mais altos. O resultado: uma economia de apenas US$ 12 bilhões a US$ 15 bilhões até 2027.

  • Em um cenário extremo — com o Fed cortando a taxa para 1% — os autores admitem que os custos poderiam cair mais, mas alertam que isso “possivelmente” poderia até aumentar os custos, a depender da resposta do mercado.
  • “A resposta do mercado dependeria de uma série de fatores altamente incertos”, afirmaram, incluindo a duração da postura dovish das autoridades monetárias e a compensação exigida pelos investidores em relação à inflação.
  • Eles também ressaltam que não há uma maneira estruturada de calibrar essa resposta” antecipadamente.

Segundo os cálculos, uma redução de 50 pontos-base ao longo da curva de rendimentos resultaria em uma economia de US$ 78 bilhões até 2027, valor ainda insuficiente para alterar o cenário fiscal dos Estados Unidos.

  • Os custos da dívida pública vêm subindo rapidamente desde que o Fed iniciou seu ciclo de aperto monetário em 2022 para conter a inflação.
  • Nos primeiros nove meses do atual ano fiscal, os gastos com juros chegaram a US$ 921 bilhões, alta de 6% sobre o mesmo período do ano anterior.

Em meio à pressão política, o Fed manteve a taxa inalterada neste ano, aguardando os efeitos de tarifas e outras políticas da administração Trump sobre a inflação.

  • O governador Christopher Waller afirmou em 20 de junho à CNBC que o banco central não considera o custo da dívida pública em suas decisões:
  • “Nossa ordem do Congresso nos diz para nos preocuparmos com o desemprego e a estabilidade de preços. Não nos diz para fornecer financiamento barato ao governo dos EUA.”

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