A deflação nas fábricas da China atingiu seu pior nível em quase dois anos, enquanto o crescimento das vendas no varejo desacelerou em maio, evidenciando que os gastos do consumidor permanecem fracos, com o aumento das dificuldades econômicas exacerbadas pelas tensões comerciais com os EUA e uma crise prolongada no mercado imobiliário.
O índice de preços ao produtor caiu 3,3% em maio em relação ao mesmo mês do ano anterior, uma queda mais acentuada que a de 2,7% registrada em abril, atingindo o nível mais baixo em 22 meses, conforme dados divulgados pelo Departamento Nacional de Estatísticas (National Bureau of Statistics) na segunda-feira. A queda foi mais profunda do que o esperado, já que uma pesquisa da Reuters previa uma redução de 3,2%. Esse agravamento da deflação reflete a desaceleração da atividade industrial e o impacto das tarifas dos EUA, que continuam a prejudicar o crescimento econômico da China, que, por sua vez, luta para recuperar seu dinamismo. A desaceleração foi impulsionada principalmente pela escassez de demanda interna e externa, com a guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo e o mercado imobiliário em dificuldades, afetando diretamente o setor de consumo.
Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt
O índice de preços ao consumidor (IPC) caiu 0,1% em maio, repetindo a queda registrada em abril. Esse resultado ficou ligeiramente acima da previsão de uma queda de 0,2%, conforme estimado pela pesquisa da Reuters. Em termos mensais, o IPC caiu 0,2% em maio, após um leve aumento de 0,1% no mês anterior, o que foi em linha com as previsões dos economistas.
- As tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos continuam a ser um fator-chave, com Donald Trump e Xi Jinping discutindo temas como minerais essenciais e questões tarifárias em uma conversa telefônica na última quinta-feira.
- Os dois líderes concordaram em retomar as negociações comerciais em Londres na segunda-feira, mas o impasse ainda se mantém, com as questões não resolvidas, principalmente em relação à guerra comercial e aos controles de terras raras da China.
Além disso, o crescimento das vendas no varejo desacelerou em maio, evidenciando que os gastos do consumidor permanecem fracos, em grande parte devido à insegurança no emprego e à estagnação nos preços dos imóveis novos.
- O fraco desempenho no consumo se alinha com uma queda na confiança das famílias, que se mostraram cada vez mais cautelosas em relação aos seus gastos. Isso levou algumas empresas a recorrerem a descontos de preços como uma estratégia para impulsionar as vendas.
- As autoridades chinesas, por sua vez, pediram o fim das guerras de preços no setor automobilístico, a fim de evitar a perpetuação da pressão deflacionária.
- Em um indicador que ajuda a suavizar a volatilidade de itens como alimentos e combustíveis, a inflação subjacente registrou um aumento de 0,6% em termos homólogos, uma ligeira aceleração em comparação com os 0,5% registrados em abril, o que indica uma leve pressão sobre os preços, embora ainda seja considerada uma expansão moderada.
O cenário econômico da China, portanto, continua desafiador, com a deflação se aprofundando e as perspectivas de uma recuperação robusta ainda distantes, deixando o país à espera de novos estímulos econômicos e de uma resolução para as tensões comerciais com os EUA.
Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt