Ata indica que BC seguirá atento e não hesitará em retomar alta de juros, se necessário.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reiterou em ata divulgada nesta terça-feira que manterá a taxa Selic em 15% ao ano por um período “bastante prolongado” e não hesitará em retomar o ciclo de aperto monetário caso considere apropriado.
- Segundo o documento, o comitê avalia que, após um ciclo rápido e firme de elevação de juros, a estratégia é observar os efeitos da política atual, mas segue vigilante quanto aos riscos para a inflação.
- “O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, afirma a ata.
- O colegiado repetiu que antecipa a continuidade da interrupção do ciclo de alta para avaliar se a manutenção da taxa atual é suficiente para levar a inflação à meta de 3%.
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O Copom também reforçou que a desancoragem das expectativas inflacionárias exige uma política monetária significativamente contracionista por mais tempo que o usual. A ata mostra preocupação com projeções de inflação elevadas, resiliência da atividade econômica e pressões no mercado de trabalho.
- As projeções para o IPCA acumulado em 12 meses seguem em 4,9% para 2025, 3,6% para 2026 e 3,4% no primeiro trimestre de 2027, todas acima do centro da meta.
- O cenário de referência utilizado parte de uma taxa de câmbio inicial de R$ 5,55, projeções de preços administrados caindo de 4,4% para 3,9%, e preços livres de 5,1% para 3,3%.
- Os preços do petróleo seguem a curva futura por seis meses, com alta de 2% ao ano posteriormente.
“Com relação ao balanço de riscos, avaliou-se que o cenário de maior incerteza segue apresentando riscos mais elevados do que o usual tanto de alta quanto de baixa para o cenário de inflação”, disse o colegiado. Entre os riscos de alta estão a desancoragem prolongada das expectativas, inflação de serviços persistente e impactos de políticas econômicas sobre o câmbio.
- Entre os riscos de baixa, o Copom cita desaceleração da atividade doméstica, cenário global adverso e queda nos preços das commodities.
- A ata também destaca que os núcleos de inflação continuam pressionados e acima de níveis compatíveis com a meta, apontando para uma inflação sustentada pela demanda.
- O comitê reconheceu quedas pontuais na inflação e nas expectativas de curto prazo, mas ressaltou que as projeções de longo prazo permanecem elevadas.
“A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida”, afirma o texto, concluindo que o ambiente atual exige juros mais altos por mais tempo para garantir a convergência da inflação à meta.
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