Exportações brasileiras aos EUA podem cair 48% com nova alíquota; impacto atinge suco de laranja, etanol, sebo e frutas do Vale do São Francisco.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estimou que o agronegócio brasileiro deixará de exportar US$ 5,8 bilhões aos Estados Unidos em 2025, caso seja mantida a tarifa de 50% anunciada pelo presidente americano, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, segundo matéria do Estadão/Broadcast.
A sobretaxa entra em vigor em 1º de agosto e poderá causar queda de 48% nos embarques ao mercado americano, com base no volume de US$ 12,1 bilhões exportados em 2024.
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O cálculo, segundo nota da CNA, considera a “elasticidade” das importações de bens nos Estados Unidos diante do impacto da nova alíquota.
- “A elasticidade das importações de um país mede o quanto o volume importado reage a mudanças no preço dos produtos. Assumiu-se que o choque causado nas tarifas seria integralmente transmitido para os preços de importação. Ou seja, uma elevação de 50% nas tarifas elevaria em 50% os preços finais”, explicou a entidade.
De acordo com a matéria do Estadão/Broadcast, a perspectiva do tarifaço já afeta a rotina de setores exportadores.
- No Rio Grande do Norte, responsável por 90% do atum fresco exportado para os Estados Unidos, empresas avaliam se os barcos pesqueiros seguirão para o mar em agosto ou permanecerão atracados.
- No Vale do São Francisco, exportadores de manga e uva temem prejuízos milionários e rompimento de contratos com clientes norte-americanos.
- O estudo da CNA se baseia em dados dos últimos cinco anos do comércio dos EUA e indica que a maior parte dos produtos agropecuários exportados ao país tem elasticidade menor que -1, o que significa alta sensibilidade às variações de preço.
Com a tarifa de 50%, produtos como suco de laranja, açúcares de beterraba, outros açúcares de cana e sacarose teriam exportações reduzidas a zero. Também devem sofrer quedas expressivas as exportações de etanol e sebo bovino, com recuos estimados em 71% e 50%, respectivamente.
- “Alguns produtos sofrerão mais impacto que outros, caso do suco de laranja, em que a tarifa se tornaria impeditiva para o produto brasileiro”, afirmou a CNA.
- Já os embarques de café não torrado e não descafeinado seriam os menos afetados, com queda de 25%, devido à redução da oferta global do grão, que limita a substituição por outros fornecedores.
- As vendas de carne bovina e açúcar de cana também seriam impactadas, mas em menor escala, com reduções estimadas em 33%.
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