A China começou a isentar silenciosamente 131 produtos dos Estados Unidos de tarifas retaliatórias, abrangendo aproximadamente US$ 40 bilhões em importações, numa aparente tentativa de mitigar os efeitos da guerra comercial com Washington em sua própria economia.
Segundo fontes da Bloomberg com conhecimento direto do assunto, pelo menos meia dúzia de empresas chinesas já conseguiram importar itens da lista sem pagar a tarifa de 125% imposta após as medidas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, em abril. A lista, que circula informalmente entre empresas e comerciantes, inclui produtos farmacêuticos e químicos industriais considerados essenciais e difíceis de substituir. Embora não confirmada oficialmente, a medida sugere que Pequim está replicando as isenções já aplicadas por Washington, que retirou smartphones e eletrônicos de sua tarifa de 145% imposta à China. Estimativas apontam que cerca de 22% das importações americanas da China em 2024 foram abrangidas por essas isenções, enquanto as isenções chinesas agora cobrem cerca de 24% das compras dos EUA.
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“A China provavelmente está tentando mitigar os danos à sua economia evitando um colapso nas principais importações”, disse Gerard DiPippo, diretor associado do RAND China Research Center. “As isenções não devem ser interpretadas como um sinal para os EUA, já que a China tem se mantido em silêncio sobre suas isenções, atuando por meio de canais comerciais e evitando declarações públicas.”
- Para analistas, o gesto pode ser lido como parte de uma abordagem pragmática.
- “Isentar produtos americanos essenciais e difíceis de substituir seria uma estratégia útil para aliviar as tensões com os EUA e proteger setores industriais chineses”, afirmou Chang Shu, economista-chefe para a Ásia da Bloomberg Economics.
Na sexta-feira, o Ministério do Comércio chinês indicou que está avaliando uma oferta de Washington para retomar negociações comerciais.
- “Os EUA enviaram recentemente mensagens à China por meio de partes relevantes, na esperança de iniciar negociações”, disse o ministério em comunicado divulgado durante o feriado prolongado.
- As autoridades chinesas também teriam solicitado a empresas estrangeiras que identificassem produtos americanos considerados críticos para suas operações e sem alternativas viáveis.
- Muitos desses produtos já estariam entre os itens isentos, e mais nomes podem ser incluídos na lista, de acordo com fontes.
A lista permanece dinâmica e pode ser modificada conforme as necessidades econômicas da China evoluam. De acordo com a Bloomberg, a Administração Geral de Alfândegas do país não comentou o assunto até o momento.
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