China Estabelece Meta de Crescimento de 5% Apesar de Tensões Comerciais com os EUA

A China anunciou uma meta de crescimento do PIB de cerca de 5% para 2025, apesar do desaquecimento da economia doméstica e do aumento das tensões comerciais com os Estados Unidos. A projeção foi divulgada no relatório de trabalho anual do governo, um documento que avalia as conquistas do último ano e define políticas econômicas futuras. O primeiro-ministro Li Qiang apresentou o relatório na quarta-feira durante a sessão anual do Congresso Nacional do Povo, ressaltando que a meta de crescimento é essencial para estabilizar o emprego, mitigar riscos e melhorar o bem-estar da população. O anúncio ocorre em um momento de incertezas, impulsionadas por uma crise imobiliária prolongada e pelo consumo interno abaixo do esperado.

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Mercados Reagem Positivamente

O índice Hang Seng China Enterprises, da Bolsa de Hong Kong, registrou alta de até 2,6% após a divulgação do relatório, enquanto o índice CSI 300, que reúne ações das bolsas de Xangai e Shenzhen, subiu 0,4%. Os investidores reagiram ao compromisso de Pequim com estímulos fiscais para impulsionar a economia.

Política Fiscal e Investimentos

O governo chinês estabeleceu uma meta de déficit orçamentário de 4% do PIB para 2025, um aumento em relação aos 3% de anos anteriores, representando o maior percentual das últimas décadas.

  • Para estimular o crescimento, Pequim anunciou uma política fiscal mais proativa, incluindo um pacote de estímulo de 300 bilhões de yuans (cerca de US$ 40 bilhões) em subsídios ao comércio de bens de consumo.
  • No entanto, analistas alertam que as medidas ficaram abaixo das expectativas.
  • O governo também anunciou RMB 4,4 trilhões em títulos especiais do governo local para infraestrutura e outros investimentos, além de RMB 1,3 trilhão em títulos especiais do governo central, valores considerados insuficientes por economistas do Goldman Sachs.

“A meta de crescimento de 5% parece mais uma aspiração do que uma meta realista”, afirmou Eswar Prasad, economista da Universidade Cornell. Segundo ele, a China precisa de um pacote de estímulos mais robusto, aliado a reformas estruturais para aumentar a produtividade e fortalecer o setor privado.

Impacto das Tensões Comerciais com os EUA

O anúncio ocorre em meio à intensificação da guerra comercial entre China e EUA.

  • Desde que Donald Trump reassumiu a presidência, Washington impôs tarifas adicionais de 20% sobre as exportações chinesas e ameaça novas medidas protecionistas.
  • Pequim retaliou com sanções sobre produtos agrícolas e energéticos dos EUA, além de controles sobre exportações e novas restrições a empresas americanas.
  • Para alcançar a meta de crescimento, especialistas indicam que as exportações chinesas precisarão apresentar resultados acima do esperado.
  • “O governo pode aumentar ou acelerar a emissão de títulos ao longo do ano para compensar eventuais impactos negativos das tarifas americanas”, destacou Hui Shan, economista-chefe do Goldman Sachs para a China.

Gastos Militares e Estratégia de Defesa

Além das medidas econômicas, Pequim anunciou um aumento de 7,2% no orçamento de defesa para 2025, totalizando RMB 1,78 trilhão.

  • O crescimento do gasto militar segue o padrão da última década, mas supera o aumento geral de 6,9% no orçamento do governo central.
  • Embora a China reporte oficialmente seus investimentos militares, analistas apontam que o real volume de gastos pode ser muito maior.
  • O relatório anual do Pentágono estima que Pequim gasta entre 40% e 90% a mais do que anuncia publicamente.
  • Segundo Taylor Fravel, especialista em segurança do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a expansão do arsenal militar chinês, em andamento há décadas, continuará sendo um fator de alto custo no futuro.

Diante dos desafios internos e externos, a meta de crescimento da China para 2025 reflete tanto sua ambição de manter a estabilidade econômica quanto as dificuldades impostas pelas disputas comerciais com os EUA e as incertezas do mercado global.

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