A China advertiu na segunda-feira que tomará medidas de retaliação contra países que firmarem acordos comerciais com os Estados Unidos em detrimento de seus interesses, ampliando as tensões globais em meio à intensificação da guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo.
O alerta do Ministério do Comércio chinês ocorre em resposta a informações de que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, pretende utilizar negociações comerciais bilaterais para isolar empresas e produtos chineses, oferecendo alívio tarifário a países que cooperarem com sua estratégia. “A China se opõe firmemente a qualquer acordo que prejudique seus interesses. Se isso acontecer, jamais aceitará e tomará resolutamente contramedidas de forma recíproca”, afirmou o ministério em comunicado.
Resistência à “intimidação unilateral”
Pequim instou os parceiros comerciais a se juntarem à China para “resistir à intimidação unilateral”, dizendo que todos os países devem defender a justiça, a equidade e o sistema de comércio multilateral.
- “Quando o comércio internacional retorna à ‘lei da selva’, em que os fortes atacam os fracos, todos os países se tornam vítimas”, alertou o ministério.
- O Wall Street Journal informou na semana passada que a Casa Branca estaria em conversas com mais de 70 países para firmar acordos de “tarifas recíprocas”, oferecendo vantagens comerciais em troca de apoio na contenção da influência comercial da China.
- A medida faz parte da estratégia de Trump para forçar Pequim a rever sua postura em relação às tarifas, embora a China tenha dado poucos sinais de disposição para ceder.
Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt
Economia sob pressão
O novo confronto surge em meio à crescente vulnerabilidade da economia chinesa. Com o setor imobiliário em desaceleração e a demanda doméstica enfraquecida, Pequim tem apostado na indústria e nas exportações para sustentar o crescimento.
- Isso deixa o país particularmente exposto aos efeitos das tarifas americanas, que, desde janeiro, chegam a até 145% sobre certos produtos chineses.
- Pequim respondeu com tarifas de até 125% sobre bens dos EUA, mas evitou escalar o conflito para além das medidas comerciais.
- Ainda assim, o governo chinês reforçou que está “determinado e capaz” de proteger seus interesses estratégicos.
Diplomacia travada
Apesar dos múltiplos pedidos de Trump para iniciar novas rodadas de negociações, fontes em ambos os lados indicam que não há contatos de alto nível em andamento. A China afirmou estar aberta ao diálogo, mas não aceitaria conversas sob coerção ou ameaças indiretas.
“O direito de todas as partes de resolver suas diferenças com os Estados Unidos por meio de consultas igualitárias deve ser respeitado”, acrescentou o Ministério do Comércio.
Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt