Especialistas dizem que liberação de R$ 20,6 bilhões no Orçamento depende de arrecadações não garantidas com petróleo e apontam incertezas em despesas obrigatórias.
Economistas afirmaram ao Broadcast na terça-feira que o desbloqueio de R$ 20,6 bilhões do Orçamento, anunciado pela equipe econômica, está baseado em receitas incertas, como as previstas com leilões de áreas de exploração de petróleo ainda não licitadas, o que pode dificultar o fechamento das contas públicas.
O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, disse que a equipe econômica “erra” ao liberar os recursos com base em expectativas de arrecadação. “O governo vem interpretando, não é de hoje, que ele só pode contingenciar tendo em vista o limite inferior, e não o centro da meta (fiscal). Então, promoveu esse desbloqueio”, afirmou. Para ele, trata-se de “uma receita incerta, uma receita pontual, uma receita atípica”.
Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt
O economista da XP Investimentos, Tiago Sbardelotto, considerou as projeções do governo “otimistas”, mencionando que os R$ 16 bilhões esperados com a arrecadação de áreas não contratadas de petróleo dependem de várias etapas regulatórias, o que torna “pouco provável que esses recursos entrem no Orçamento deste ano”.
A mesma avaliação é compartilhada por Gabriel Barros, economista-chefe da ARX, que afirmou que só no fim do ano, com o leilão de áreas excedentes do pré-sal, será possível verificar a viabilidade dos valores previstos.
- Barros também alertou para o risco na receita recorrente ligada à atividade econômica.
- “Se tivermos uma desaceleração econômica ao longo do segundo trimestre até o fim de 2025, o governo pode voltar a fazer bloqueio ou contingenciamento.”
- A economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, criticou o padrão de uso de receitas extraordinárias como base fiscal.
- “Há décadas que fazemos ajuste fiscal com base em receitas extraordinárias”, disse.
Além das dúvidas sobre a receita, Barros apontou incertezas em relação às despesas obrigatórias. Segundo ele, os gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) estão “fora de controle”, enquanto os da Previdência estão, por ora, “contidos artificialmente pelo represamento da fila do INSS”, o que pode se tornar uma “panela de pressão” com impacto fiscal em 2026.
Notícias e Cobertura do Mercado Em Tempo Real Acesse: https://t.me/activtradespt