O diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, Nilton David, afirmou na segunda-feira que nenhum ativo emitido pelos países do grupo BRICS tem escala suficiente para desafiar a dominância global do dólar americano em um horizonte de até uma década.
“Não há um estoque significativo de ativos denominados em BRICS que possa compensar o dólar no momento”, disse David durante um webcast promovido pela autoridade monetária. “Não acredito que isso vá mudar na próxima década”, acrescentou. David reconheceu que alternativas para liquidação de pagamentos internacionais — como acordos bilaterais ou tecnologias baseadas em blockchain — podem ganhar tração, mas avaliou que tais instrumentos não serão suficientes para ameaçar o papel central do dólar no comércio e nos fluxos financeiros globais.
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A declaração vem enquanto o Brasil ocupa neste ano a presidência rotativa do grupo BRICS — formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e recentemente expandido para incluir países como Egito, Irã e Emirados Árabes Unidos.
- A Reuters informou anteriormente que o Brasil havia suspendido discussões sobre uma moeda comum dentro do bloco, preferindo focar em mecanismos que reduzam a dependência do dólar.
David também comentou sobre o mercado cambial local e o papel do real brasileiro. Segundo ele, a moeda nacional tem uma correlação “natural” com ativos de risco, o que contribui para sua volatilidade.
- “Isso atrai investidores que mantêm a moeda por curtos períodos, gerando oscilações de demanda”, explicou.
- O diretor do BC ainda classificou o bitcoin como uma “moeda especulativa por natureza” e ressaltou que as reservas internacionais do Brasil, estimadas em US$ 340 bilhões, seguem majoritariamente em dólares, uma vez que quase todas as transações externas do país continuam sendo liquidadas na moeda americana.
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