Entendimentos com Japão, Filipinas e Sudeste Asiático aliviam incertezas, mas tarifas setoriais e impacto sobre crescimento da Ásia ainda preocupam analistas.
Após meses de incerteza, os mais recentes acordos tarifários do presidente Donald Trump começam a delinear um novo cenário comercial para a principal base industrial do mundo.
- Na terça-feira, Trump anunciou um acordo com o Japão que impõe tarifas de 15% sobre importações, incluindo automóveis — principal componente do déficit bilateral — e inclui investimentos japoneses em projetos nos Estados Unidos.
- Acordos separados com Filipinas (19%) e Indonésia (19%), além do nível de 20% acordado com o Vietnã, indicam que a maioria dos países do Sudeste Asiático deve receber tarifas semelhantes.
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O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, se reunirá com autoridades chinesas em Estocolmo na próxima semana para ampliar a trégua tarifária e discutir a retomada do comércio, após os Estados Unidos flexibilizarem restrições à venda de chips e a China retomarem exportações de terras raras.
- “Estamos nos dando muito bem com a China”, disse Trump a repórteres, sinalizando estabilização nas relações bilaterais.
- Os mercados reagiram positivamente.
- As ações asiáticas registraram a maior alta em um mês, liderado pelas montadoras como a Toyota Motor Corp..
- Em abril, Trump havia pausado tarifas mais agressivas após uma reação negativa dos mercados, abrindo espaço para negociações mais equilibradas.
Apesar do alívio, questões-chave permanecem. O governo dos Estados Unidos ainda considera tarifas setoriais sobre semicondutores e produtos farmacêuticos, setores vitais para economias como Taiwan, Índia e Coreia do Sul — países que ainda não anunciaram acordos com Washington.
- O entendimento com o Japão pode servir de modelo, especialmente para o novo presidente sul-coreano, Lee Jae Myung.
- Trump também afirmou que pretende aplicar tarifas gerais entre 10% e 15% a cerca de 150 países menores.
- A nova previsibilidade nas alíquotas permite que empresas com cadeias de suprimentos na Ásia comecem a reorganizar suas operações, minimizando impactos nas vendas.
- No entanto, economistas alertam que os consumidores americanos poderão sentir repasses nos preços nos próximos meses, à medida que os embarques antecipados de produtos percam fôlego com a entrada em vigor das novas tarifas.
Embora os acordos recentes tragam certo alívio, os níveis atuais de tarifa estão bem acima do período pré-Trump, e os analistas do Barclays afirmam que a nova faixa de 15% a 20% se consolida como o patamar preferido da Casa Branca.
- Segundo eles, isso distorce para baixo as previsões de crescimento do PIB asiático.
- O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que deseja observar os efeitos das tarifas antes de decidir por eventuais cortes nas taxas de juros — posição que tem irritado Trump.
- Por ora, o presidente dos EUA celebra os resultados: “Acabei de assinar o maior acordo comercial da história — acho que talvez o maior acordo da história — com o Japão”, afirmou Trump na Casa Branca.
- “É um ótimo acordo para todos.”
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