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Morgan Stanley Projeta Recorde de US$ 30 Bilhões em Vendas de Títulos do Brasil em 2025

Banco vê apetite forte por dívida brasileira no exterior apesar de tarifas dos EUA.

O Morgan Stanley prevê que emissores brasileiros venderão um recorde de US$ 30 bilhões em títulos globais em 2025, sustentados pela abertura dos mercados internacionais de dívida mesmo diante do aumento das tarifas dos Estados Unidos. “O mercado está realmente receptivo”, afirmou Gustavo Siqueira, codiretor de mercados de capitais de renda fixa para a América Latina, destacando que fatores políticos e macrogeopolíticos não reduziram o apetite dos investidores.

  • Até agora, governos, empresas e bancos brasileiros já captaram US$ 22 bilhões no exterior neste ano, alta de 18% sobre o mesmo período de 2024.
  • Segundo Siqueira, cerca de 70% dessas operações visaram rolagem ou gestão de passivos, enquanto o restante representou recursos novos.
  • “Não vejo empresas fazendo muitos investimentos em crescimento neste momento, exceto aquelas com grandes projetos”, disse.

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Entre as transações de destaque, o Morgan Stanley participou da venda de US$ 650 milhões em títulos globais da Embraer SA em fevereiro, com vencimento em 2035, usados para recomprar dívidas que vencem em 2027 e 2028. Outra operação relevante foi da Sabesp, que captou US$ 500 milhões em julho, na primeira emissão internacional em 15 anos, para expandir sistemas de água e esgoto, reforçar redes para períodos de seca e melhorar a conservação ambiental.

  • O banco também espera avanço em fusões e aquisições, com empresas dos EUA, Europa e China buscando “ativos troféu” no Brasil, segundo Fabio Medeiros, chefe de banco de investimento no país.
  • “Há muitas atividades onde o Brasil tem vantagens naturais, como agronegócio e recursos naturais, e também onde são necessários investimentos significativos, como saneamento”, afirmou.

Além de assessorar a StoneCo Ltd. na venda da Linx SA para a Totvs SA por R$ 3 bilhões (US$ 560 milhões), o banco nota que, embora os mercados locais de dívida e ações estejam mais lentos, há sinais de recuperação.

  • As emissões de ações somaram R$ 18,4 bilhões no ano, queda de 28% ante 2024, enquanto a venda de títulos locais caiu quase 18%, para R$ 233,7 bilhões.
  • Segundo Alessandro Zema, chefe do Brasil no Morgan Stanley, houve forte entrada de capital estrangeiro na bolsa em maio (US$ 506 milhões) e junho (US$ 570 milhões), o maior volume desde 2019.

O otimismo segue apesar das tarifas impostas pelos Estados Unidos, e Marcello Lo Re, chefe de mercados de capitais de ações para a América Latina, afirmou estar “muito construtivo” para o fim de 2025 e início de 2026, embora espere até setembro para avaliar o impacto no mercado americano.

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