Banco Central vê desaceleração esperada da economia e mantém cautela diante de cenário incerto.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou nesta sexta-feira que a política monetária não perdeu potência e que os problemas nos canais de transmissão são estruturais, não conjunturais.
- “Quando a gente faz as nossas estimativas, a gente não vê mudança de potência no período recente”, disse durante o Fórum JOTA em São Paulo.
- Segundo ele, esse é um tema que está estudando a fundo.
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Guillen destacou que o BC trabalha com expectativas fiscais próximas ao Focus e ao QPC, e que a execução deve ser maior no segundo semestre. “O impacto fiscal pode ser maior do que o modelo do BC prevê”, afirmou.
- Ele reforçou que a atividade doméstica desacelera conforme o esperado, embora com sinais divergentes: o crédito desacelera, mas o mercado de trabalho segue resiliente, com dinamismo em rendimentos e contratações.
Sobre o cenário internacional, classificou-o como adverso e incerto, citando a nova política tarifária dos Estados Unidos contra o Brasil e as incertezas fiscais locais. Guillen comentou ainda que moedas vêm se correlacionando com juros de forma diferente do passado, o que afeta os países emergentes.
- Ele observou que a inflação de serviços segue acima do compatível com a meta, sendo essa a métrica mais importante para o BC.
- Nos bens industriais, há melhora nos preços no atacado, efeito da valorização do real, o que deve aliviar o IPCA.
Sobre as expectativas de inflação, Guillen disse que há prêmios embutidos e que a desancoragem segue causando desconforto no Copom. Ele explicou também a frase “continuação da interrupção do ciclo” usada na última ata. “É um momento de cautela para ver se a taxa de juros é apropriada. Uma vez definida, será um período prolongado de taxa significativamente contracionista”, disse.
- Na reunião de 30 de julho, o Copom manteve a Selic em 15%.
- Em tom bem-humorado, Guillen comentou críticas à redação da ata: “Foi a crítica agora do português. Faltava essa para completar o álbum de figurinhas de críticas”.
O diretor reforçou o compromisso do comitê com a convergência da inflação à meta e afirmou que ajustes futuros poderão ser feitos conforme o cenário.
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