Receita supera previsões, mas projeções mais fracas e incertezas tarifárias derrubam ações da gigante americana após o expediente.
As ações da Amazon caíram cerca de 7% nas negociações após o expediente na quinta-feira, após a empresa divulgar projeções abaixo do esperado para o terceiro trimestre, pressionadas por altos gastos com inteligência artificial e incertezas na política tarifária dos Estados Unidos.
Gráfico da ação da Amazon – Via Plataforma ActivTrader/ActivTrades
O presidente-executivo Andy Jassy alertou que permanece “incerto” quem arcará com custos tarifários potencialmente maiores, diante da agenda comercial em evolução do presidente Donald Trump.
- Apesar da queda, a Amazon apresentou forte desempenho no segundo trimestre, com receita de US$ 167,7 bilhões, um aumento de 13% em relação ao ano anterior, superando a estimativa de US$ 162,2 bilhões, segundo a S&P Visible Alpha.
- O lucro líquido subiu 35%, atingindo US$ 18,2 bilhões.
- No entanto, a empresa projetou lucro operacional entre US$ 15,5 bilhões e US$ 20,5 bilhões para o terceiro trimestre, abaixo da estimativa média de US$ 19,4 bilhões dos analistas.
- A receita prevista entre US$ 174 bilhões e US$ 179,5 bilhões ficou apenas levemente acima da expectativa de US$ 173 bilhões.
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As despesas de capital no trimestre somaram US$ 31,4 bilhões, com a maior parte voltada à infraestrutura de IA. Jassy declarou durante teleconferência com analistas que “a IA será a maior transformação da nossa vida” e que “cada área da nossa forma de trabalhar provavelmente será impactada de forma significativa pela IA”.
- A divisão Amazon Web Services (AWS) reportou vendas de US$ 30,9 bilhões, com alta de 17,5%, alinhada às previsões, mas analistas da Jefferies consideraram o crescimento “decepcionante” em comparação aos resultados da Microsoft e Google.
- Jassy destacou que a AWS enfrenta mais demanda do que oferta, citando restrições de energia e atrasos nos chips.
- Ele também reiterou o plano da empresa de gastar mais de US$ 100 bilhões em IA durante o ano fiscal de 2025.
A Amazon opera em um ambiente tarifário incerto, enquanto investe pesadamente em data centers e tecnologias emergentes. Analistas do Deutsche Bank observam que a empresa ainda se beneficia de atrasos na implementação de tarifas pesadas pela Casa Branca, e pode ganhar competitividade com a remoção de isenções de minimis, que beneficiavam rivais como a Temu.
- Diante da pressão dos investidores por resultados mais imediatos dos investimentos em IA, a Amazon se juntou a outras gigantes de tecnologia nos planos de demissões.
- Em comunicado recente aos funcionários, Jassy afirmou: “Precisaremos de menos pessoas realizando algumas das tarefas que são realizadas hoje e mais pessoas realizando outros tipos de trabalho”.
- Ele concluiu: “Nos próximos anos, esperamos que isso reduza nossa força de trabalho corporativa total”.
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