Secretário do Comércio aponta incertezas sobre aço, alumínio e serviços digitais; acordo prevê tarifa de 15% para UE e promessas de compras bilionárias.
O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou nesta terça-feira que ainda há “muita negociação a ser feita” sobre os termos do pacto comercial entre os EUA e a União Europeia, indicando que questões-chave como aço, alumínio, serviços digitais e impostos seguem em discussão.
“Espero continuar conversando com os representantes da Comissão Europeia para o setor comercial? Sim, eles me ligaram esta manhã para falar sobre… o que mais há para falar? Serviços digitais, impostos e o ataque às nossas empresas de tecnologia — isso vai estar em pauta”, disse Lutnick em entrevista à CNBC.
“Há outras coisas que eles gostariam, como aço e alumínio, que não foram incluídas neste acordo e que estarão na mesa”, acrescentou.
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O pacto foi anunciado no fim de semana pelo presidente Donald Trump e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Segundo os termos acordados, a União Europeia terá uma tarifa média de 15% sobre a maioria de suas exportações para os Estados Unidos.
- Em contrapartida, o bloco se comprometeu a comprar US$ 750 bilhões em produtos energéticos americanos e investir US$ 600 bilhões nos EUA.
- A tarifa média sobre produtos americanos na UE deverá cair para menos de 1%.
- Embora o acordo tenha reduzido o risco de uma guerra comercial, investidores e líderes europeus levantaram preocupações sobre os termos e se a medida trará estabilidade às relações comerciais entre os dois lados do Atlântico.
As partes tentam agora concluir até 1º de agosto uma declaração conjunta não juridicamente vinculativa, que detalhará e ampliará os compromissos definidos no fim de semana, segundo uma autoridade da União Europeia ouvida pela Bloomberg. Após essa formalização, os Estados Unidos iniciarão a redução de tarifas sobre setores específicos.
- Ainda há incerteza sobre como serão tratados os metais exportados pela UE, atualmente sujeitos a tarifa de 50%.
- O bloco pressiona por um sistema de cotas que reduza a tarifa sobre um volume determinado de produtos, segundo uma fonte europeia.
- Também estão sendo discutidas possíveis isenções da tarifa de 15% para itens como vinho e bebidas destiladas.
Outro ponto de dúvida é a viabilidade da promessa europeia de comprar US$ 750 bilhões em energia americana ao longo de três anos. Em 2024, as importações de energia da UE provenientes dos EUA ficaram abaixo de US$ 80 bilhões, o que levanta ceticismo sobre a capacidade de cumprimento do compromisso.
- A pressa do governo Trump em fechar acordos com grandes parceiros comerciais tem levado à assinatura de pactos que frequentemente deixam questões centrais em aberto, como mostrou a experiência recente com o bloco europeu.
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