Ministro da Fazenda afirma que cenário fiscal sólido reforça argumento para reduzir Selic e defende mudanças no IOF como ferramenta regulatória com impacto fiscal positivo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o cumprimento da meta fiscal dará ao Banco Central mais respaldo para justificar um corte na taxa de juros, atualmente em 15 por cento ao ano.
“Se a gente cumprir a meta fiscal, o Banco Central vai se sentir mais empoderado para justificar uma queda da taxa de juros, que é o nosso objetivo central, uma vez que a nossa taxa de juros está em um patamar insustentável”, afirmou Haddad em entrevista ao canal Presley no YouTube, divulgada na segunda-feira.
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Haddad defendeu o decreto que aumentou as alíquotas do IOF, dizendo que ele corrige distorções regulatórias e tem impacto fiscal positivo.
- “O IOF é um imposto eminentemente regulatório. Ele tem impacto monetário, ele tem impacto fiscal, mas ele tem um viés regulatório”, explicou.
- “Essa liberdade, a autoridade fazendária precisa ter, porque o mais importante para o Brasil, neste momento, [é] cumprir a meta fiscal pro BC começar a cortar os juros. Isso que é saudável”, completou.
- O ministro classificou a Selic como “ultrarrestritiva”, afirmando que “você está falando de 10 por cento de juros real. É ultrarrestritivo. Poucos países do mundo conviveriam com uma taxa tão restritiva”.
- Ele disse ainda que “é preciso fazer esse trabalho fiscal para que o BC não fique com essa dose de antibiótico num patamar que vai inviabilizar a saúde do próprio paciente”.
Sobre o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, Haddad declarou que o governo não quer conflito com os Estados Unidos.
- “Embora os Estados Unidos estejam querendo arrumar uma confusão com a gente, a gente não quer confusão, a gente está querendo trabalhar. Não mexe com nosso Pix, deixe a Justiça funcionar. O que a gente quer é que o país continue funcionando”, afirmou.
Por fim, Haddad disse que o governo vai cortar benefícios fiscais concedidos a setores da economia que já não se justificam.
- “Às vezes, você fez um benefício fiscal 30 anos atrás, que tinha sentido e que pode ter produzido um resultado favorável naquela circunstância. Mas será que passado 5, 10, 20 anos ainda se justifica aquele benefício?”, questionou.
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