Lula Rebate Ameaça Tarifária de Trump Como Interferência e Chantagem

Presidente brasileiro reage a tarifas de 50% com discurso combativo e denúncia de pressão política sobre julgamento de Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou os Estados Unidos de “chantagem inaceitável” e de promover um “grave atentado à soberania nacional” ao ameaçarem impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e interferirem no sistema de justiça do país.

Em discurso televisionado na quinta-feira, Lula respondeu com dureza às declarações do presidente Donald Trump, que relacionou as tarifas ao julgamento criminal do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Trump expressou apoio público a Bolsonaro por meio de uma carta divulgada nas redes sociais, criticando o processo judicial e pedindo o fim imediato do julgamento, enquanto reclamava do tratamento dado pelo Brasil às plataformas de mídia social americanas.

• “Esperávamos uma resposta, mas o que recebemos foi uma chantagem inaceitável, na forma de ameaças às instituições brasileiras e informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos”, disse Lula, ao mencionar que o Brasil havia apresentado uma proposta de negociação em 16 de maio após mais de 10 reuniões com autoridades americanas.

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Lula também rejeitou as acusações de práticas comerciais desleais, e declarou que Trump “não foi eleito para ser imperador do mundo”, em entrevista à CNN Internacional.

• A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, rebateu, afirmando que Trump é “um presidente forte [e] também o líder do mundo livre”.
• A ameaça tarifária atinge exportações brasileiras de petróleo, suco de laranja, carne bovina, café e aviões.
• Brasília considera a medida politicamente motivada, já que os Estados Unidos mantêm um superávit comercial com o Brasil.

No Brasil, segundo o Financial Times, o governo usou a crise como palanque nacionalista, na tentativa de recuperar a popularidade de Lula antes das eleições.

• Pesquisas mostram uma leve melhora na avaliação do presidente.
• Enquanto isso, aliados da direita brasileira ficaram divididos: o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, fez lobby em Washington por sanções ao juiz da Suprema Corte que conduz o caso do golpe, o que gerou acusações de traição.

Em seu discurso, Lula criticou duramente os apoiadores da pressão americana: “Políticos brasileiros que apoiaram a ameaça tarifária dos EUA eram traidores da nação”.

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