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Tarifas de Trump Sobre o Brasil Colocam em Risco Comércio de Commodities de Café a Carne Bovina

Medida inesperada do governo Trump pode desestabilizar mercados globais e impactar setores agrícolas e energéticos brasileiros.

A ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% ao Brasil pode desorganizar o comércio global de commodities, afetando produtos como carne bovina, café, petróleo, suco de laranja, etanol, celulose, açúcar e aço. Os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial do Brasil, importam diversos itens da potência agrícola sul-americana, inclusive bens que não produzem, como o café.

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No setor de carne bovina, os embarques brasileiros para os Estados Unidos somaram US$ 1,4 bilhão em 2024, em meio a uma escassez de rebanho nos EUA.

  • A Minerva SA disse que pode abastecer o mercado americano a partir de unidades na Argentina, Paraguai, Uruguai e Austrália, enquanto a ABCAR alertou para riscos à segurança alimentar global.

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Em relação ao café, os Estados Unidos importaram quase US$ 2 bilhões do Brasil no ano passado, o equivalente a 30% do consumo americano, segundo o Cecafé.

  • “É uma perda para as nossas empresas e significa mais custos e mais inflação para os consumidores americanos”, disse Marcos Matos, presidente-executivo da entidade.
  • O presidente da Lavazza, Giuseppe Lavazza, afirmou que a tarifa pode gerar um aumento “bastante” nos preços.

As exportações brasileiras de petróleo bruto somaram US$ 7,6 bilhões em 2024, sendo os Estados Unidos um destino relevante.

  • O IBP alertou que a medida traz “incerteza ao setor”, mas analistas do BTG Pactual destacaram a capacidade do Brasil de redirecionar os embarques a refinarias na Ásia, Europa e Oriente Médio.
  • A Petrobras também teria impacto limitado, pois exporta majoritariamente para a China.

O suco de laranja brasileiro responde por 70% das exportações globais e tem abastecido os EUA diante da praga que afeta pomares na Flórida.

  • A nova tarifa elevaria a atual alíquota de US$ 415 por tonelada para o equivalente a mais de 70% do valor do produto, segundo a CitrusBR, tornando os embarques “inviáveis”, conforme o diretor-executivo Ibiapaba Netto.
  • “Agora precisamos acelerar a produção para enviar os pedidos que ainda temos o mais rápido possível antes que os impostos entrem em vigor”, disse Bryan Souza, da Sumo Brasil.

No etanol, os embarques brasileiros alcançaram 300 milhões de litros em 2024, com destaque para o mercado da Califórnia.

  • O risco de retaliação também ameaça as importações dos Estados Unidos para o Brasil, podendo restringir o abastecimento interno, segundo Bruno Lima, da StoneX.

A Suzano SA, maior exportadora mundial de celulose, repassou tarifas de 10% aos compradores nos EUA. A celulose é a quarta principal exportação agrícola do Brasil para o mercado americano.

  • O analista Gabriel Barra, do Citi, destacou que a Suzano é a mais exposta entre as produtoras brasileiras, com 15% da receita vinda dos Estados Unidos.

As exportações brasileiras de açúcar atingiram recorde em 2024, superando 1 milhão de toneladas métricas, e já representam 14% das cotas de importação com tarifas reduzidas nos EUA para o atual ano fiscal.

  • Os embarques sujeitos a tarifas mais altas somaram 265 mil toneladas até maio, informou Mike McDougall, da McDougall Global View.

A indústria siderúrgica brasileira já está sujeita às tarifas da Seção 232 e, segundo Marco Polo de Mello Lopes, da Aço Brasil, a nova medida não traria impacto direto, mas pode prejudicar o diálogo sobre cotas.

  • O Brasil forneceu 60% das placas de aço importadas pelos EUA no ano passado.
  • As ações de mineração e siderurgia subiram em São Paulo, com expectativa de que o aumento nos preços das commodities e a baixa exposição aos Estados Unidos amorteçam os efeitos negativos.

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