Investidores apostam em cortes rápidos após 2026, mas especialistas alertam para limites do poder presidencial sobre o banco central.
A expectativa de que o sucessor de Jerome Powell no comando do Federal Reserve atenda ao desejo do presidente Donald Trump por cortes rápidos nos juros enfrenta um obstáculo considerável: a necessidade de apoio majoritário no comitê de política monetária.
Embora investidores estejam se posicionando nos mercados futuros — vendendo contratos antes de maio de 2026 e comprando após a provável nomeação de um novo presidente —, especialistas alertam que o processo decisório do Fed é coletivo e resistente a pressões políticas diretas.
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“Um presidente não pode agir como um ditador”, afirmou Mark Gertler, economista da Universidade de Nova York. “Ele não pode convocar os fuzileiros navais nem nada do tipo.” O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) conta com 19 integrantes, dos quais 12 têm direito a voto, e decisões sobre juros precisam ser justificadas com base em argumentos técnicos.
Atualmente, os juros estão mantidos entre 4,25% e 4,5%. As projeções internas revelam divisão entre os membros quanto a eventuais cortes ainda este ano. Dez formuladores projetam dois ou três cortes, dois esperam apenas um, e sete defendem estabilidade.
- Para 2026, as estimativas variam entre 2,75% e 4,25%, sem consenso claro.
- “É obviamente uma preocupação que o Fed se torne menos independente, certamente”, disse Michael Feroli, do JPMorgan Chase & Co.
- “Se uma pessoa, mesmo que seja o presidente, conseguir imediatamente que o comitê concorde com uma grande mudança na política, acho que pode ser mais difícil.”
A possibilidade de Trump moldar o comitê com aliados é real, mas limitada. A governadora Michelle Bowman, nomeada por Trump e recentemente promovida, afirmou que talvez seja apropriado um corte em breve.
- Outro aliado, Christopher Waller, também sinalizou essa possibilidade.
- Trump poderá preencher a vaga deixada por Adriana Kugler em janeiro de 2026 e, caso Powell renuncie ao cargo de governador após deixar a presidência, outra cadeira poderá ser ocupada.
- No entanto, mesmo com essas mudanças, os cortes não serão automáticos.
- “No final das contas, é uma decisão do comitê, e quem quer que seja o próximo presidente terá que chegar a um consenso”, afirmou Brett Ryan, do Deutsche Bank Securities.
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