Ministro da Casa Civil critica traições na base aliada, defende poder de governar e ataca interferência de Trump na política brasileira.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou na segunda-feira que o governo Lula vai insistir, no Supremo Tribunal Federal (STF), na integralidade do decreto que aumenta o IOF, derrubado pelo Congresso.
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Costa disse que o texto já havia sido negociado com lideranças partidárias, acusando parlamentares da base aliada de descumprirem um acordo. O ministro defendeu uma “repaginação” da relação com os partidos aliados e propôs uma “DR” com as siglas que votaram contra o governo.
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Segundo Costa, o presidente Lula “preza pelo diálogo” e havia um pacto para não votar o decreto antes de um entendimento entre Executivo e Legislativo. “O combinado não sai caro. Havia pacto e acordo. Estava pactuado que não haveria votação até o momento em que fomos surpreendidos”, disse, referindo-se à articulação de Hugo Motta e Davi Alcolumbre, presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente.
- O decreto está suspenso desde sexta-feira (4), por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que busca um acordo entre os Poderes.
- “Sim, (vamos defender) a integralidade do decreto até porque a negociação sobre o mérito nós já tínhamos feito”, afirmou Costa, que destacou que a disputa não se trata apenas do IOF, mas da “capacidade de governar” do presidente.
- “Se o governo não conseguir mais editar decreto, não conseguir fazer portaria, acabou o governo. Isso precisa ser discutido”, declarou.
- Ele também questionou o uso do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para anular o decreto, dizendo que “não teve amparo legal” nesse caso.
Costa criticou os partidos PSD, MDB e União Brasil, que ocupam ministérios, por terem votado contra o governo, e cobrou lealdade. “A relação tem que ser olho no olho e o combinado é para ser cumprido”, disse. “Quando você compõe um governo, compõe não só para usufruir as coisas boas, tem que estar ajustado com esse governo”, completou.
- O ministro também fez críticas ao modelo atual de emendas parlamentares, que, segundo ele, concentra recursos como “em nenhum outro lugar do mundo”.
- Sobre o projeto aprovado pelo Congresso que aumenta o número de deputados de 513 para 530, Costa disse que Lula ainda avalia a decisão, mas que é “pouco provável” que sancione.
- “O prazo dele é ainda na próxima semana, no dia 16”, afirmou.
O ministro também criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por tentar influenciar a política brasileira, citando a defesa de Bolsonaro e críticas ao Judiciário feitas por Trump.
- “Não cabe a presidente de outra nação entrar e opinar sobre a atuação do Judiciário e muito menos ameaçar países com tarifas. O Brasil é livre”, afirmou.
Sobre a disputa presidencial de 2026, Costa reiterou que Lula será candidato à reeleição e que enfrentará “50 tons de Bolsonaro”. Segundo ele, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é uma “variação” de Bolsonaro e está alinhado ao ex-presidente em pensamentos e ações.
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