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OPEP+ Deve Aprovar o Quarto Aumento Consecutivo na Produção de Petróleo

Grupo liderado pelos sauditas pode anunciar no domingo um quarto acréscimo consecutivo de 411 mil barris por dia, mesmo diante da pressão sobre os preços.

A OPEP+ deverá aprovar neste domingo um novo aumento na produção de petróleo, o quarto consecutivo, à medida que a Arábia Saudita intensifica esforços para recuperar participação de mercado e enfrentar a concorrência de produtores rivais, como os Estados Unidos.

Segundo delegados do grupo à Bloomberg, oito países-chave da OPEP+ discutem a elevação da oferta em mais 411.000 barris por dia a partir de agosto. A decisão deve ser formalizada por videoconferência e é esperada pela ampla maioria dos analistas de mercado – 24 dos 26 entrevistados em uma pesquisa da Bloomberg concordam com esse cenário.

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A mudança de postura da OPEP+ ocorre apesar da fraca demanda global por combustíveis e do crescente excesso de oferta, que já pressionam os preços do petróleo. Os futuros do Brent são negociados em torno de US$ 68 por barril, com queda superior a 9% no acumulado do ano, após o cessar-fogo entre Irã e Israel ter reduzido o risco de interrupções nas exportações da região.

  • A estratégia de ampliar a produção visa, entre outros fatores, disciplinar membros que vinham produzindo acima da cota, atender à demanda reprimida, e responder às pressões do presidente dos EUA, Donald Trump.
  • A Arábia Saudita, segundo fontes próximas da Bloomberg, quer reativar rapidamente sua capacidade ociosa, após ter perdido espaço para perfuradoras de xisto americanas e outros concorrentes.

“À medida que a poeira baixa após a guerra de 12 dias, espera-se que a OPEP+ prossiga com a rápida reversão”, afirmou Jorge Leon, analista da Rystad Energy A/S e ex-funcionário do secretariado da OPEP.
“Há amplo espaço para a aliança recuperar participação de mercado, mantendo os preços confortavelmente acima de US$ 60”, disse.

A OPEP+ já restaurou cerca de dois terços dos 2,2 milhões de barris por dia que haviam sido cortados em 2023 para sustentar os preços. Com novos aumentos, o grupo poderá concluir essa reversão e, eventualmente, avaliar a suspensão de restrições adicionais.

  • No entanto, os acréscimos efetivos estão abaixo dos volumes prometidos.
  • Em maio, por exemplo, foram entregues apenas 154 mil dos 411 mil barris autorizados, devido à compensação por superproduções anteriores por países como Iraque e Rússia.
  • O Cazaquistão continua sendo o principal infrator das cotas, ultrapassando os limites em centenas de milhares de barris por dia, o que irrita os sauditas.
  • O país tem pouco controle sobre as operações de empresas internacionais e não demonstrou esforço para se adequar.

GRÁFICO – Sauditas recuperam participação no mercado de petróleo. Riad conduz a OPEP+ para retomar a produção.

Apesar disso, a Rússia parece ter suavizado sua oposição aos aumentos e indicou disposição para apoiar um novo acréscimo, caso haja consenso no grupo.

  • Segundo o JPMorgan, os preços do Brent podem cair para a casa dos US$ 60 ainda este ano e seguir em baixa até 2026, com os aumentos de oferta aprofundando o superávit global.
  • “A OPEP+ adotou uma estratégia de participação de mercado”, afirmou Harry Tchilinguirian, chefe de pesquisa do Onyx Capital Group.
  • “O segredo foi revelado, e eles não vão tentar colocá-lo de volta”, concluiu.

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