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Carry Trades Ganham Força com Valorização das Moedas Emergentes

Investidores aumentam apostas em moedas de países em desenvolvimento à medida que tensões comerciais globais arrefecem e rendimentos reais se tornam mais atrativos.

As operações de carry trade voltaram a ganhar popularidade nos mercados globais, impulsionadas pela recuperação das moedas emergentes, queda da volatilidade cambial e sinais de moderação na política comercial dos Estados Unidos. Um índice de retorno de carry atingiu no fim de maio sua máxima em sete anos, refletindo o apetite renovado por estratégias que buscam lucro na diferença de juros entre moedas. Em meio a expectativas de que as tarifas agressivas propostas pelo presidente Donald Trump possam não ser implementadas integralmente, investidores passaram a reforçar posições compradas em divisas de mercados emergentes. Dados do CME Group Inc. indicam que o posicionamento no peso mexicano chegou ao maior nível em nove meses. “Carry trades neste momento fazem sentido”, afirmou Ali Bora Yigitbasioglu, gestor sênior de renda fixa da Pictet Asset Management em Londres. “As moedas de carry estão definitivamente prontas para se beneficiar” da menor incerteza política e comercial, completou.

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A estratégia, geralmente financiada com moedas de baixo rendimento como o iene japonês, sofreu uma interrupção temporária em agosto passado, após o Banco do Japão elevar juros, o que valorizou a moeda e desfez posições.

  • Com a volatilidade cambial global em queda — o índice do JPMorgan recuou de 11% em abril para 8,7% na sexta-feira —, o apelo por carry trades voltou com força.
  • Entre as moedas mais visadas estão o peso chileno e o won sul-coreano, especialmente em meio à eleição presidencial da Coreia do Sul marcada para 3 de junho.
  • Na Ásia, o dólar taiwanês disparou em maio, pressionando posições de financiamento.
  • O dólar de Hong Kong, por sua vez, recuou até o limite inferior da sua banda cambial, após a queda nas taxas locais torná-lo veículo preferido para financiar operações.

O yuan chinês também surge como alternativa atrativa de financiamento, segundo Ju Wang, estrategista de câmbio do BNP Paribas em Hong Kong, com a expectativa de maior afrouxamento monetário na China.

  • Na América Latina, o real brasileiro se destaca entre as moedas de maior rendimento real, figurando como uma das principais apostas de carry trade do Goldman Sachs e do ING.
  • A Invesco Ltd. vê o cenário global como favorável à estratégia e utiliza euro e dólar como moedas de financiamento.
  • “Provavelmente haverá alguma desvalorização do euro até junho, então estou feliz em usá-lo como financiador por enquanto”, disse Wim Vandenhoeck, gestor sênior da Invesco, que tem posições compradas no rand sul-africano, real brasileiro e lira turca.

Embora as altas taxas de juros nos EUA limitem a atratividade do dólar como moeda de financiamento, a perspectiva de desvalorização do dólar torna o trade viável, especialmente para moedas latino-americanas de alto rendimento.

  • “Acreditamos que financiar posições compradas em mercados emergentes com dólares americanos seja a opção mais sensata neste momento”, concluiu Anthony Kettle, da RBC BlueBay Asset Management, em Londres.


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