A crescente exposição dos bancos americanos ao setor de crédito privado pode representar um risco sistêmico ao sistema financeiro dos EUA em caso de crise econômica, alertou na quarta-feira o Federal Reserve de Boston.
Em relatório assinado por economistas da instituição, o Fed destaca que os empréstimos bancários a fundos de crédito privado, que somam parte significativa de um setor de US$ 1,6 trilhão, criam uma conexão preocupante entre instituições altamente regulamentadas e veículos financeiros mais arriscados. O estudo aponta que grandes grupos como Blackstone, Apollo e Ares, líderes no crédito privado, têm aprofundado suas relações com bancos tradicionais por meio de linhas de crédito rotativo. Essas linhas permitem que fundos acessem rapidamente grandes volumes de recursos para conceder empréstimos diretos a empresas, muitas vezes altamente endividadas e de propriedade de private equity.
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“Esses vínculos expõem indiretamente os bancos aos riscos tradicionalmente mais altos do crédito privado”, afirmaram os economistas José Fillat, Mattia Landoni, John Levin e Christina Wang, do Fed de Boston.
- Eles alertam que um aumento simultâneo nos pedidos de saque por parte dos fundos, em resposta a choques econômicos, poderia desencadear um problema de liquidez no setor bancário.
Segundo a agência de classificação Fitch, os empréstimos a instituições financeiras não bancárias aumentaram 20% em um ano, totalizando US$ 1,2 trilhão no fim de março.
- O relatório do Fed de Boston também reconhece que, embora os empréstimos atuais dos bancos a fundos estejam mais diversificados que os empréstimos alavancados pré-crise de 2008, os riscos permanecem latentes em cenários de recessão severa e prolongada.
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